Wellington Duarte

28/11/2020 00h04
 
Desemprego e desalento crescem no RN : A dura saga do assalariado potiguar
 
O desemprego aumentou no Brasil e no RN. Passadas as eleições, quando milhares são virtualmente comprados para serem utilizados das mais variadas formas pelos candidatos, desde as funções mais complexas até os “seguradores de bandeiras”, que receberam, em média de R$ 15 a R$ 20, para ficarem paradas, empunhando bandeiras de candidatos que talvez estas pessoas seque se identifiquem. 
 
Eles agora retornam ao seu purgatório, o desemprego, subemprego e o desalento, que esmaga o ser humano, tornando-o manipulável e sujeito aos mais duros procedimentos exploratórios dos empregadores, hoje protegidos pela regulamentação das relações de trabalho. O trabalhador virou uma massa sem vida e sem futuro, forjada nas jornadas de trabalho que hoje se mesclaram com suas vidas e que, no limite, podem chegar a 15 ou 16 horas por dia.
 
De uma Força de Trabalho estimada em 1.375.000, 17,3% está desempregada. Quem não está desempregado, está no fio da navalha, trabalhando no setor privado (cerca de 475 mil), sendo que 28,0% nem carteira assinada tem. Há ainda 207 mil desalentados, aqueles que desistiram de procurar emprego e uns 265 mil que estão sub-ocupados, trabalhando menos que gostariam.
 
Se somarmos só os desocupados e desalentados, teremos 445 mil pessoas amargando condições sociais muito frágeis. É o equivalente de Mossoró, São Gonçalo e Açu juntas. É uma tragédia social que afeta e afetará a vidas das pessoas pelos próximos anos.
 
O RN, com uma frágil estrutura produtiva padecerá por suas escolhas no passado; por sua construção histórica e por ter a maldição de ser governada, desde sempre, por uma elite mercantilista, que sempre atrelou sua sobrevivência à proteção do setor público.
 
Não há, infelizmente, como o RN sair dessa situação nos próximos anos, mesmo com o hercúleo esforço do governo estadual de agora, em atrair o capital privado, já que os recursos públicos encolheram perigosamente quanto aos investimentos. Os que propuserem milagres, que mostrem o santo responsável por ele, ou mostrarão serem falastrões.
 
Os trabalhadores do RN estão numa situação terrível e é bom que os chamados “liberais” aceitem a ideia de que sem o setor público, este estado permanecerá no limbo do desenvolvimento.
 

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