Emanuela Sousa

15/11/2020 00h13
 
Diga olá para a Modernidade
 
 
Eu gostaria que você fechasse os olhos por um minuto e me contasse o que vem à sua mente quando ouve a palavra: Nova era...
 
É importante que você leitor esteja aberto para compreender que estamos numa nova era, bem diferente da que viveram nossos pais. Importante  a gente lembrar que houve uma grande evolução para a humanidade, a tecnologia como exemplo: facilitou nossos dias, deixando tudo mais rápido e prático. Mas, em contrapartida, leve também em consideração as circunstâncias deste mundo moderno polêmico, melancólico, que quase sempre ultrapassa os limites do nosso entendimento. 
 
Bem, como eu disse no título: Diga olá para o novo.
 
Diga olá para a era do pouco toque e muito touch, a era dos transtornos mentais (mas ainda bem que existe a terapia, ufa) a geração que você toma muito café e trabalha quase 24hrs, para descansar apenas seis.
 
Bem vindo para a era dos amores rasos, onde se oferece sexo casual afim de saciar desejos instantâneos, mas não há conexão mental. 
 
Bem vindo à geração em fingir os sentimentos, de camuflar as emoções. O vencedor é o desapegado. Essa é a geração em que se vende liberdade, mas por dentro morre-se de vontade.
 
Quer um segredo para se dar bem? Faz um joguinho de desinteresse, mostre que não está tanto afim, torture o outro com sinais confusos, romantize o desgaste da conquista, assim você consegue!
 
Parece estranho para você? Para mim também.
 
O mais triste deste mundo moderno é o reflexo da nossa geração fazendo com que, naturalmente nos distanciemos das relações humanas, se esconda por de trás dos nossos aparelhos celulares, evitando o contato físico. O receio de criar laços com pessoas é pelo simples fato que ninguém quer se apegar, ninguém quer criar responsabilidade com o outro.
 
 Afinal, a vida é tão curta, né? Pra que se apegar, sendo que você pode ter muitos contatinhos, fica com um (a) hoje, marca um date com outro amanhã e assim por diante... Não precisa colocar sentimento onde tudo pode ser leve, superficial. (No fundo, apenas amores de ficção.) 
 
Nesta geração há muros.
 
Abrindo mais espaço para a solidão, e o percurso deste caminho você já sabe o fim dele ... A melancolia, a falta... Abriu um buraco aí? Não tem problema, você pode preencher com outros prazeres mais acessíveis. 
 
Por muitas vezes eu disse (e escrevi) que não me encaixo nesta era, por motivos óbvios. Sou sentimental, sensível e humana. Lamento pelos milhares de jovens que encontro por aí e assim como eu, estão perdidos numa geração onde tudo é acessível, mas você precisa ser frio:  ser como um robô, para conseguir atingir suas metas.
 
Outro dia, um amigo e leitor, me convidou para tomar uma cerveja em um bar, e entre tantas coisas que conversamos neste dia, lembro dele se abrir ao falar de suas carências afetivas e transmitir seus problemas internos,  em poucos minutos o vi levantar as mãos para o rosto e chorar desesperadamente em minha frente. Foi a cena mais triste que presenciei nos últimos anos, me senti como ele, humana e perdida aos prantos. 
  
Sempre questionei a Nova era. Entre tantas maravilhas que ela pode nos trazer no futuro,  ainda nos falta tempo para ser humano, vejo que ainda há muito sofrimento e este sofrimento não pode ser "normalizado" tampouco romantizado. Este tipo de romantização precisa ser exinta, uma vez que a humanidade segue rumo ao avanço.
É preciso olhar com os olhos da alma, para enxergar além das aparências, do superficial. É preciso ser mais humano. 
 

*ESTE CONTEÚDO É INDEPENDENTE E A RESPONSABILIDADE É DO SEU AUTOR (A).