Cefas Carvalho

22/04/2020 00h05
 
Nunca mais seremos os mesmos depois disso tudo
 
 
Faz apenas um mês, dois na mais rigorosa das hipóteses, que entramos todos, ou quase todos, em isolamento social. Como dissemos aqui várias vezes (e vamos continuar repetindo), um confinamento necessário para evitar o contágio do Coronavírus e para não deixar o sistema de Saúde entrar em colapso, o que causa mais mortes que o necessário. Mas, ainda que fundamental, este isolamento deixa e deixará marcas em todos nós.
 
A primeira delas está em pleno andamento atualmente: Como manter equilíbrio e sanidade em estado de confinamento? Parece uma pergunta exagerada, mas, não é. Muita gente admite estar passando por situações diversas, como falta de sono, falta de apetite (ou apetite demais), dificuldade de concentração etc. Normal. Para pessoas que mantinham uma rotina com horários de sair e chegar em casa, obrigações externas, vida social, a mudança abrupta bagunçou o relógio biológico e a rotina.
 
(Abrindo um parêntese aqui que se falo das pessoas que mantém o isolamento é por não acreditar que as pessoas que não o respeitam, mantém algo próximo à "vida normal", já que mesmo sem acreditar no Covid19 convivem com o fantasma e os efeitos dele - inclusive com a morte de pessoas próximas e os vídeos de hospitais e sepultamentos - e a ausência de pessoas nas ruas, cotidianamente)
 
Uma vez conseguindo manter algo que podemos de chamar de equilíbrio no tempo que for necessário, vem a segunda pergunta, que milhões de pessoas estão fazendo: Como sairemos desse isolamento? Seremos as mesmas pessoas ou não?
 
Difícil responder, porque individualmente vai depender do que vai ou pode acontecer internamente ou em torno de cada um de nós. Coletivamente, há quem acredite - os otimistas incorrigíveis - que sairemos, como sociedade global, melhores disso tudo, visando o essencial e menos consumistas. Não creio. Já os pessismistas acreditam em um cenário pós-apocalíptico, quase um The walking dead. Também não chega a tanto, eu penso. Na verdade, sairemos diferentes disso tudo, sim. Mas, ainda não sabemos o quanto e em que aspectos.
 
 

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