Cefas Carvalho

18/12/2019 09h49
 
 
Habemus Pão e Circo em Natal! Ave, Álvaro!
 
 
Começou ontem, terça, 17, a programação musical do Natal em Natal, tradição do prefeito anterior Carlos Eduardo Alves que o prefeito atual, Álvaro Dias, não apenas manteve, mas ampliou. 
 
No bojo das festividades, além de iluminação em diversos locais da cidade e boas sacadas como os corredores iluminados em algumas ruas e praças (como a João Pessoa, no Centro) os shows musicais, com uma quantidade razoável de artistas potiguares de destaque. E, claro, as atrações nacionais que não poderiam faltar.
 
Nada contra a lista. Artistas de inegável qualidade nela, como Ney Matogrosso (que se apresentou ontem no palco Deodoro), Martinho da Vila, Alceu Valença e Roberta Sá (potiguar, mas que vem como nome nacional). Outros extremamente populares têm a capacidade de atrair público, como Léo Santana, Claudia Leitte e a dupla Zezé di Camargo & Luciano. Necessários nomes assim em festas de cunho popular.
 
Mas, com o perdão do trocadilho, como nem tudo é festa, a divulgação do cachê dos dois filhos de Francisco, da ordem de 220 mil reais, provocou polêmica nas redes sociais.
 
Os demais cachês gravitam entre quantias entre 100 mil e 200 mil, dependendo do artista, do aparato e do tamanho da equipe/banda.
 
Embora eu considere infantil o argumento de que "ah, esse dinheiro poderia estar sendo usado em hospitais e escolas", claro que é, sim, dinheiro demais. 
 
Como tudo tem outro lado, é necessário observar que além do direito de lazer da população, centenas de pessoas, de comerciantes, lucram com cada show desses, desde os ambulantes, até os donos de bares, restaurantes e estabelecimentos comerciais próximos aos shows.
 
Mas os valores dos cachês continuam altos, embora sejam os do mercado, claro.
 
A política, dos imperadores romanos do "pão e circo" (panis et circenis) não é nova. Dos Alves e Maia passando por Wilma de Faria, que particiularmente gostava de shows de entretenimento, todos os governantes do Estado e da capital fizeram, assim como os prefeitos nas festas daas padroeirras eou emancipação dos municípios. Faz parte do show deles, como diria Cazuza.
 
Álvaro sonha com a reeleição em Natal, e vem investindo pesado no pão e circo, embora, verdade seja dita, também em ações estruturantes culturais, como no Centro Histórico. 
 
Mas, repito, é um direito a sociedade questionar e criticar os valores pagos aos artistas nacionais.
 
Cabe, portanto, a cada um, relexar e gozar, como diz o grosseiro ditado popular ou militar contra a política do panis et circenis.
 

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