Cefas Carvalho

20/11/2019 00h12
 
A estranha história do povo que votou contra seus próprios direitos
 
 
Se a gente contar lá ´fora` o posicionamento (ou falta dele) do brasileiro médio em 2019, ninguém acredita.
 
Um dia ainda hão de estudar isso nas universidades do Brasil, se ainda houver universidades e se ainda existir Brasil, claro.
 
Sistematicamente de 2016 para cá, com intensidade maior a partir de janeiro e da posse do (des)governo, claro, o brasileiro vem tendo direitos e benefícios arrancados sutil ou claramente um a um.
 
Ainda com Temer houve a Reforma Trabalhista, que teve como relator o potiguar Rogério Marinho, ainda deputado federal, que iria "gerar mais empregos e aquecer a Economia". Não foi o que aconteceu.
 
Mais recentemente, a Reforma da Previdência, na qual brasileiros e brasileiras terão de trabalhar anos e anos a mais para poder se aposentar e em alguns casos com pagamentos menores do que na regra antiga.
 
Sim, os cidadãos e cidadãs elegeram um presidente e deputados e senadores para fazer com que todos nós trabalhemos anos a mais para ter direito a aposentadoria e que esta não fique a cargo do Estado, mas sim da iniciativa privada. 
 
Há duas semanas Bolsonaro assinou  MP que acaba com o DPVAT (Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por veículos automotores de via terrestre). Na prática, o DPVAT é o seguro que faz a cobertura de casos de morte, invalidez permanente ou despesas com assistências médica e suplementares por lesões de menor gravidade causadas por acidentes de trânsito em todo o país.
 
Elegeu-se um governo para que tire o seguro em caso de sinistros em acidentes de trânsito.
 
Como se elegeu um governo que não apenas não tem políticas de meio ambiente para com a Amazônia, como incentiva desmatamento e invasão de terras indígenas. O Mundo voltado para o Aquecimento Global e nós elegemos pessoas para tocarem fogo na Amazônia!
 
Poderia aqui neste texto escrever dezenas de parágrafos sobre direitos que foram ou estão sendo retirados.
 
Claro que há os arrependidos em ter eleito tal (des)governo, mas há quem pareça anestesiado, em estado de letargia em relação a isso tudo. Talvez porque tenha "comprado" o engodo da "luta ideológica".
 
Direitos não são "ideológicos", não são de Esquerda ou Direita.
 
Direitos Humanos, Previdenciários, Trabalhistas, Sociais, Culturais Sexuais, são apenas direitos. Desconfie se um partido ou espectro político "ideologizar" estes temas para obter vitórias eleitorais.
 
Na prática, optamos por perder muitos dos nossos direitos.
 
Muita gente ainda vai sentir isso tudo na pele. Ou, na parte mais sensível do corpo humano: o bolso.
 
É esperar para pagar. Ou, deveria dizer, pagar para ver. 
 
E o preço poderá ser caro. Bem caro. 
 
 

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