Renisse Ordine

16/01/2020 10h42
 
Carlos Drummond de Andrade: Mais de 8 décadas de vida e 32 anos de saudade...
                              
Das Minas Gerais para o mundo, apesar de ser uma frase clichê, esse foi o verdadeiro caminho de um dos maiores poetas de nossa literatura contemporânea. E o mais interessante é que Drummond de Andrade não   precisou sair dos solos brasileiros para que sua obra fosse reconhecida mundialmente. As palavras, essas que ela tanto amou, antes mesmo de saberem o que diziam, fizeram o seu destino.
 
Em suas obras, que reúnem poesias e crônicas, o poeta descreveu tudo o que presenciou em toda à sua vivência. Nascido no início do século XX, em Itabira, Minas Gerais e  retratado por   como um homem tímido, que observava a história, e a passava conforme a sua visão de mundo, com maturidade. Foi um homem que não gostava de viajar propriamente, por isso utilizava as palavras para se “locomover”. A paixão que sentia por sua filha, considerada “o seu melhor livro” foi a única razão que o fez abandonar os solos brasileiros. Porém, as suas obras viajaram mundo, sendo traduzidas em vários idiomas, sempre com grande sucesso.
 
Suas poesias despertam em nós um sentimento profundo, como se pudéssemos sentir o que ele passou. Não é uma poesia abstrata, tem um valor, um significado. 
 
Em sua primeira obra publicada “ Alguma Poesia”, lançada em 1936 Drummond relata os momentos de sua meninice no poema “Infância”, em que o percebemos ás suas condições de vida.
 
Trecho:
 
“Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre as mangueiras
Lia história de Robison Crusóe, 
Comprida demais que não acaba mais...”
 
Outro poema de Drummond que consta neste livro é um dos mais famosos do poeta: “O homem de sete faces”
 
Trecho:
 
“Quando nasci, um anjo torto 
Desses que vivem na sombra 
Disse: Vai, Carlos ser guauche na vida.
 
As casas espiam os homens 
Que correm atrás de mulheres. 
A tarde talvez fosse azul, 
Não houvesse tantos desejos...”
 
Desde a primeira obra publicada, o autor já faz uma referência ao seu grande amigo, o também escritor Mário de Andrade. A amizade entre os dois iniciou-se em 1924, quando Mário de Andrade de passagem por Minas Gerais, juntamente com os artistas modernistas, o   francês Blaise Cendras, Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral se conheceram. 
No entanto, Drummond fez parte da 1ª Geração dos escritores e artistas que romperam com o estilo literário europeu que vigorava no Brasil desde o período colonial, retirando assim o estilo clássico para entrar um estilo popular. Na Revista de Antropofogia
 
Há trinta anos a poesia está sem o criador dos versos do “Poema das sete faces”, aquele que nasceu um “gauche na vida” e no decorrer de sua existência tornou-se um ícone da poesia brasileira. 
 
Um ícone que não só lia o mundo em seu interior, como também a vivência real, com seus conflitos políticos e a sua própria luta. Como ele próprio dizia: aprendeu amar as palavras, antes mesmo de aprender a ler, e depois que aprendeu a ler, lia sem mesmo entender, somente para admirar as letras.
 
Soube como ninguém nos mostrar  o que se passava em seu interior, com toda a naturalidade, sem um romantismo exacerbado. 
 
Carlos Drummond de Andrade, tem em sua totalidade doze obras, que retrataram o seu mundo interior, seus pensamentos políticos, e o seu mundo exterior.
 
Como auto definição, Carlos Drummond de Andrade era o homem atrás dos óculos e do bigode, ele viu o mundo e o transformou em versos e crônicas, que foram registrados em suas doze obras, retratando o seu mundo interior, seus pensamentos políticos e a sua alma poética. 
 
Obras que o levaram a ser um dos grandes nomes do Modernismo e na revolucionária “Semana da Arte Moderna”.  
 
Nascido no início do século XX, em Itabira, Minas Gerais, Exemplos dessas que  retratado por   como um homem tímido, que observava a história, e a passada conforme a sua visão de mundo. Foi um homem que não gostava de viajar propriamente, por isso utilizava as palavras para se “locomover”. A paixão que sentia por sua filha, considerada “o seu melhor livro” foi a única razão que o fez abandonar os solos brasileiros. Porém, as suas obras viajaram mundo, sendo traduzidas em vários idiomas, sempre com grande sucesso.
 

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