Evandro Borges

12/07/2019 00h10
 
A Marcha das Margaridas e a delegação do Rio Grande do Norte
 
A marcha das margaridas é um movimento coletivo das mulheres do campo, com a orientação da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares - CONTAG, envolvendo todo o movimento sindical rural e mais movimentos sociais parceiros, principalmente os feministas, iniciada a primeira marcha no ano de 2000 com a participação de vinte mil mulheres, sempre acontecendo em Brasília, agora na sexta edição da marcha está prevista para agosto vindouro.
 
A denominação de “Marcha das Margaridas” é uma alusão a sindicalista paraibana, nascida em Alagoa Grande, Margarida Maria Alves, assassinada no dia 12 de agosto de 1983, em seu nome foi erguido uma História de Lutas e Resistências, de inclusão social e cidadania, de organização na produção da agricultura familiar, e contra a violência sexista sofrida pela mulher, por uma melhor divisão do trabalho doméstico, e inclusive na participação na estrutura sindical. 
 
O tema da marcha de 2019 está intitulado de “Margaridas na luta por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e livre de violência”, com dez eixos políticos, sendo os de maior relevância os seguintes: por Terra, Água e Agroecologia; pela proteção e conservação da sociobiodiversidade e acesso aos bens comuns; por autonomia econômica, trabalho e renda; por uma previdência e à assistência social pública, universal e solidária e por uma vida livre de formas de violência, sem racismo e sem sexismo.
 
O apoio à marcha das margaridas vem de todas as dimensões, os movimentos sociais e populares, o movimento feminista, das Igrejas, do movimento de cidadania, da economia solidária e agroecologia, ambientalistas, cooperativistas, das universidades, de todas as esferas do campo, inclusive das florestas e das mulheres extrativistas diretas, sendo uma “babel”, eclético e plural, de todas as etnias e gerações, uma verdadeira pluralidade em um corolário democrático.
 
As mulheres do campo são mobilizadas com inúmeras reuniões, conclaves, seminários, congressos, com muito debate dos eixos definidos pelos coletivos nacionais dirigidos pela CONTAG, no meio sindical, nas comunidades rurais, nos assentamentos, nas comunidades tradicionais quilombolas e indígenas, recebendo o apoio da sociedade, da cidadania e do poder público.
 
No Rio Grande do Norte, alguns órgãos já garantiram alguns poucos ônibus para o deslocamento da delegação para Brasília e a volta para Natal, destacaria o apoio da Assembleia Legislativa, através do esforço da Deputada Isolda Dantas junto ao Presidente Deputado Ezequiel de Souza que foi sensível, da Prefeita de Mossoró, a médica Rosalba Ciarline, e inclusive da CUT que garantiu dois ônibus.
 
O Estado do Rio Grande do Norte com tantas iniciativas pioneiras de grandes mulheres, como Nísia Floresta, escritora e educadora, da poetisa Auta de Souza de Macaíba, de Alzira Soriano de Lajes, Maria do Céu primeira Deputada, da mossoroense Celina Guimarães, a primeira mulher a votar, de Clara Camarão mulher guerreira da etnia potiguara de Igapó, pois, assim o Governo do Estado precisa, também, contribuir para o deslocamento a fim de se ter uma  delegação representativa do Estado na Marcha das Margaridas de 2019. 

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