Cefas Carvalho

20/03/2019 00h15
 
Becos: Da Lama, do Picado e a importância da revitalização sócio-cultural
 
Bem, quem acompanha o noticiário nos últimos tempos já sabe que uma junção de forças, incluindo aí a Associação Viva Centro, a Samba - Sociedade de Amigos e Amigas do beco da Lama e Adjacências e a Prefeitura de Natal, fez com que o Beco da Lama, como é conhecida a Rua Vaz Gomdim, no Centro Histórico de Natal, fosse revitalizada. Restauração de prédios, pintura básica na pista e, principalmente, grafitagem e arte nos muros e fachadas tornaram o local mais conhecido e visitado, fomentando os bares e restaurantes da rua e das imediações e idem quanto ao comércio local. 
 
Deu inveja a quem nasceu ou reside em Parnamirim e frequenta o Centro da cidade Trampolim da Vitória, pois Parnamirim também tem o seu Beco: O Beco do Picado, ali ao lado do Mercado Público Velho, próximo ao Batalhão de Polícia Militar e ao Banco do Brasil, trecho bem conhecidos dos parnamirinenses. Não tem o charme e fluxo de frequentadores do Beco natalense, mas servia como ponto de encontro de boêmios e intelectuais.
 
Mais que isso: O Beco do Picado teve uma tentativa de revitalização e expansão anos atrás, quando a Fundação Parnamirim de Cultura, por iniciativa do então e ainda presidente Haroldo Gomes resolveu promover shows de samba e depois de outros ritmos musicais, atraindo centenas de pessoas e fomentando tanto os bares da área como comércio informal e sazonal que se concentrava nos dias de música.
 
O chamado "Samba no Beco" aconteceu durante dois anos, na gestão passada, até que acabou encerrando as atividades, possivelmente por falta de recursos e estrutura.
 
Fica, então, a dica da coluna: Por que não a Prefeitura Municipal, através da Fundação, voltar com o Samba no Beco do Picado, pelo menos duas vezes por mês, em dias como quinta ou sexta-feira. Os gastos  - que nem seriam muitos - com palco, cachês, limpeza e banheiros químicos voltariam para a municipalidade na forma de impostos com a circulação de dinheiro no local durante os eventos.
 
Quando eram realizados, cheguei a ir em muitas edições. Sempre esgava lotado e o comércio fixo ou ambulante sempre aquecido.
 
Além da questão econômica, eventos como esse estimulam a criação de similares, criam um cordão e e uma sensação de segurança e ajudam no reforço de uma identidade cultural no município.
 
Fica a dica para a gestão municipal.
 
E para quem não conhece ou não foi ao Beco da Lama revitalizado, fica outra dica: Conheça e se encante com o mural de arte a céu aberto e shows musicais realizados de quinta a sábado. Vale a pena.

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