Andrezza Tavares

18/11/2018 00h17
 
O dia nacional da alfabetização no Brasil e a triste presença do analfabetismo 
 
 
O Brasil celebra em 14 de Novembro o dia nacional da Alfabetização.  A data é tema do calendário nacional desde Outubro de 1966 e tem por objetivo conscientizar a população brasileira sobre a importância da aquisição da alfabetização enquanto direito humano fundamental.
 
No Brasil, os dados de pesquisa realizada em agosto de 2018 pelo Indicador do Alfabetismo Funcional (Inaf) mostram que há dez anos, a taxa de brasileiros em situação de deficiência na alfabetização está estacionada. O estudo feito pelo Ibope Inteligência, que é uma parceria entre a ONG Ação Educativa e o Instituto Paulo Montenegro, aponta que “Dos 29% de brasileiros classificados nos níveis mais baixos de proficiência em leitura e escrita, 8% são analfabetos absolutos (quem não consegue ler palavras e frases). Os outros 21% estão no nível considerado rudimentar (não localizam informações em um calendário, por exemplo).”
 
Podemos definir a alfabetização como um complexo processo de aprendizagem em que se desenvolve a habilidade de ler, escrever e contar. O sujeito alfabetizado além das condições propícias para o franco amadurecimento intelectual, também tem  ampliada a sua capacidade de socialização por meio das trocas simbólicas e do acesso a bens culturais e instituições sociais. 
 
A ausência da aquisição da habilidade da leitura e da escrita é chamada de analfabetismo. Outra situação importante para se conhecer é o analfabetismo funcional que é a condição em que os sujeitos conseguem ler e escrever frases curtas, mas não compreendem seu significado. Essas pessoas são capazes de decodificar os símbolos, mas não desenvolvem a valiosa habilidade de interpretação de textos e de fazer operações matemáticas simples. 
 
Na semana comprometida com a causa da alfabetização, instituições de educação localizadas em diferentes regiões do Brasil, realizaram atividades criativas para auxiliar no processo de conscientização sobre a importância da construção de um país livre do analfabetismo. Merecem destaques as iniciativas: 1) concurso de poesia, incentivando a comunidade escolar a produzir poemas; 2) exposição de desenhos e pinturas relacionado às expressões artísticas dos participantes sobre o sonho com em um país integralmente alfabetizado; e 3) concurso soletrando com ditado de palavras relacionadas ao universo de necessidade dos sujeitos não alfabetizados. As instituições que conseguiram problematizar o tema contagiaram as pessoas próximas e provocaram reflexões sobre os 11,5 milhões de analfabetos com quinze anos ou mais, todos excluídos de cidadania no país.
 
Lamentavelmente, os dados oficiais indicam uma estagnação na taxa de analfabetismo absoluto no país. Em 2017, segundo a Pnad Contínua/IBGE, 7% dos 11,5 milhões de analfabetos acima de 15 anos não sabiam ler ou escrever. Essa taxa foi 0,2% menor que a de 2016. Essa tendência de estagnação é coerente com a queda de investimentos nos últimos anos em relação às políticas de alfabetização arroladas no Brasil. Segundo o Plano Nacional de Educação (PNE), de 2014, o Brasil deverá erradicar o analfabetismo absoluto até 2024, o que, provavelmente, não se cumprirá.  Alfabetização significa em poucas palavras travessia para o desenvolvimento humano rumo à intensidade da vida!!! 

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