Andrezza Tavares

11/11/2018 00h28
Artigo de opinião sobre o Enem 2018 e a pertinente temática da redação
 
 
Os recentes acontecimentos sociais e políticos na geopolítica mundial colocam a problemática dos suportes midiáticos e a sua relação com o conteúdo, destacadamente os smartphones, no centro das reflexões sobre a condição humana. 
 
A redação do Enem 2018 teve por objetivo colocar os jovens para pensar sobre a relação entre tecnologia, comportamento e pensamento humano realçando a necessidade dos sujeitos perceberem o quanto que os eletrônicos, principalmente os portadores de internet, podem afetar o estado crítico e acrítico dos sujeitos. 
 
Sobre esse assunto é fundamental reconhecer que as pesquisas sobre a interação do ser humano com as novas tecnologias virtuais destacam riscos ocultos com a exposição excessiva, a saber: riscos à saúde física, “Ciber Bullying”, responsabilidade legal, culto ao corpo perfeito (Anorexia), irritabilidade/ansiedade/violência a partir dos jogos, consumismo x sustentabilidade, perda da consciência crítica (deixar de questionar, pesquisar e argumentar),  entre muitos outros.
 
Ademais, outros tópicos que poderiam ser abordados pelos candidatos do ENEM no sentido de uma produção textual assertiva: 1) Tecnologia, ser humano, riscos e equilíbrio; 2) Indústria do entretenimento; 3) Benefícios e ameaças da tecnologia; 4) Diálogo sobre notícias, notícias falsas (fakenews) e educação midiática; 5) Educação cibernética, televisiva e audiovisual; 6) características positivas e negativas do ambiente digital para a aprendizagem dos sujeitos. 
 
Para quem deseja aprofundar o estudo sobre esse atual e necessário tema, lucidamente proposto na redação do ENEM 2018, propomos a leitura dos pensadores Adorno (1985), Brandão (2002), Chauí (1984), Férres (1996), Levy (1999), Freire (2005) e Moran (1994). 
 
Problematizar sobre as novas tecnologias e o potencial de alienação ou crítica dos sujeitos implica necessariamente reconhecer que o impacto está na qualidade do grau de consciência que os sujeitos portam sobre os conteúdos e os suportes midiáticos que manipulam. 
 
A educação midiática, apesar de muito distante da formação dos brasileiros, é sem dúvida, o lugar seguro para promover a habilidade da leitura crítica dos indivíduos sobre as codificações e canais de comunicações, as sutilezas da imagem, da articulação entre o verbal, o visual e o escrito, permitindo entender as articulações humanizadoras e opressoras do amplo e complexo campo das comunicações. 
 
O meio e o conteúdo podem ser virtuais, mas as contingencias, as sensações, as emoções e os sentimentos são reais e afetam seriamente vidas. Sem dúvida, notícias falsas (fakenews) e educação midiática se constituem em potenciais repertórios argumentativos muito bem vindos para a produção textual mais esperada do ano para quem concorreu ao ENEM 2018!!!

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