Andrezza Tavares

16/09/2018 20h21

Como agilizar o processo de aprendizagem por meio da Psicanálise?

Por: Maria Aparecida da Silva Lino e Andrezza Maria Batista do Nascimento Tavares

O termo psicanálise é usado para se referir a diferentes intenções: a teoria, a método investigativo e a prática profissional. Como teoria, a psicanálise é caracterizada pelo estudo do funcionamento da mente humana, favorecendo no tratamento de neuroses e distúrbios. Pelo método investigativo, busca interpretar o significado oculto do que é manifestado por ações, palavras ou produções imaginárias. Já na prática profissional, busca a análise do autoconhecimento ou a cura do transtorno motivador do processo de investigação.

Sigmund Freud: o pai da Psicanálise

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicanálise, em 06/09.

A psicanálise foi fundada entre os séculos XIX e XX por um neuropsiquiatra austríaco chamado Sigmund Freud (1856-1939), conforme ilustração fotográfica acima, que transformou o modo de pensar sobre a consciência em função da tese da existência da estrutura  psíquica chamada “inconsciente”.

Freud criou a psicanálise a partir da investigação sistemática de “regiões obscuras” da mente como as fantasias, esquecimentos, sonhos, interiorização humana e teve como inspiração o também médico Josef Breuer em quem buscou inspiração para os seus trabalhos inicias que eram baseados na técnica da hipnose. Vale destacar, porém, que posteriormente, adotou a técnica do livre curso das ideias dos pacientes (associação livre de palavras).

A teoria psicanalítica representa a teoria da personalidade que se refere ao inconsciente (ID), pré-consciente (EGO) e consciente (SUPER-EGO). O consciente são os pensamentos que os indivíduos possuem quando estão em estado crítico, reflexivo e autônomo. O pré-consciente são os pensamentos em processo de influencia da energia mental do estado crítico assim como do estado de satisfação do sujeito. E o inconsciente são os pensamentos correspondentes aos desejos controlados, reprimidos e censurados.

Segundo a teoria de Freud, o indivíduo é influenciado por instintos que são originários dos desejos de sexualidade (libido), de impulso de autoconservação e de agressão. A estrutura mental humana é devida em três ambientes subjetivos responsáveis por equilibrar e regular o comportamento que são: o Id (onde se busca ações que satisfaz de imediato o prazer), o Ego (onde se organiza a personalidade do indivíduo equilibrando o Id e o Superego) e o Superego (onde se controla a energia dos impulsos em diferentes situações, adiando o prazer). A relação mal sucedida entre esses elementos pode ser fonte geradora de tensão (stress) e de ansiedade.

A concepção da Psicanálise considera fundamental a atenção ao afeto e à cognição. O afeto é como se fosse a energia que a estrutura cognitiva opera, influenciando a construção do conhecimento. O afeto é uma importante fonte geradora de segurança. Essa aquisição emocional é uma importante facilitadora da aprendizagem (DAVIS e OLIVEIRA, 2010).

A Psicanálise pode contribuir com a escola a partir das seguintes constatações: 1) reconhecimento de que inteligência e afetividade contribuem na construção do próprio sujeito quanto a identidade e a visão de mundo; 2) reconhecimento de que é fundamental a interpretação que o professor faz do comportamento do aluno para se chegar a construção do conhecimento; e 3) reconhecimento de que o professor também tem que entender os aspectos da sua própria personalidade, pois isso influência fortemente a interação em sala de aula, individualmente e  com os seus alunos.

O estudo da mente humana

Fonte: http://belenusterapias.com.br, em 06/09

Em síntese, se Freud falasse aos professores, ele seguramente alertaria sobre a importância da satisfação para o aprendizado. O prazer está ligado aos pensamentos, aos projetos e a visão de mundo do sujeito, em função do aspecto inconsciente da personalidade. Assim, o professor deve estimular os alunos para enfrentarem os seus desafios intelectuais e, alcançarem prazer na realização da própria aprendizagem.  Isso promoverá o desenvolvimento da segurança e da significação fazendo com que o processo de aprendizagem seja agilizado.

Referência bibliografia
DAVIS, Claudia; OLIVEIRA, Zilma de. O desenvolvimento afetivo e cognitivo. In:______ Psicologia na educação. São Paulo: Cortez, 2010. p. 101-108.


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