Cefas Carvalho

19/08/2018 12h55
Queermuseu: Exposição sobre sexualidade é aberta no Rio
 
 
Quando estive no Parque Lage, no Rio de Janeiro, em junho passado, havia cartazes anunciando a grande expectativa quanto à exposição Queermuseu: Cartografias da Diferença na Arte Brasileira, que, enfim, foi aberta neste sábado.
 
Quem acompanha a mídia e tem boa memória se lembra. A exposição estava há 11 meses em Porto Alegre, quando o Santander Cultural a cancelou, devido a pressão de movimentos conservadores e, principalmente, oportunistas (sim, estou falando dos picaretas do MBL). Gerando, assim, uma falsa polêmica. Pessoas que jamais pisaram em um museu e que não levam os filhos a nenhum equipamento cultural falando em "defender os filhos" da suposta pornografia contida na exposição.
 
A Queermuseu abrange 223 obras de 84 artistas, como Adriana Varejão, Volpi, Lygia Clark e Leonilson, datadas dos anos 1950 até os dias de hoje. É a maior exposição sob a alcunha queer no Brasil.
 
Para ser aberta no Rio, o caminho também foi espinhoso. O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, que confunde a municipalidade com a igreja onde há anos explora a fé e o bolso de fieis icautos, gravou um vídeo usando de calúnia e difamação, afirmando que os planos de levar a exposição "de pedofilia e zoofilia" para o Museu de Arte do Rio (MAR) não iriam adiante, mas um levante queer levou novamente a exposição, para o Parque Lage, que é espaço privado.
 
O paradoxo é que, como acontece com tudo que é proibido, a celeuma gerou visibilidade para a esposição, que deve bater recorde de espectadores

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