João Maria Medeiros

30/06/2018 07h32

No universo da política e dos estratagemas utilizados pelos protagonistas dessa arte tão debatida, questionada, mas indispensável para o fortalecimento da democracia e das liberdades individuais e coletivas, existem situações que exigem uma maior participação e claro, muita estratégia para alcançar os objetivos estabelecidos por determinado personagem ou grupo politico.

Um dos aspectos mais importantes a ser considerados na definição de uma estratégia política visando alcançar uma vitória eleitoral, por exemplo, é o conhecimento da conjuntura em que acontecerá a eleição e pincipalmente, o sentimento e expectativas do eleitorado com relação aos problemas que o mais aflige diretamente.

O conhecimento dessa realidade a que me refiro é feito a partir das percepções captadas em pesquisas de opinião. Tanto as qualitativas, aquelas em que grupos de pessoas expõem suas visões e interpretações do quadro político, como as quantitativas que medem a opinião geral num determinado momento. Esses são fatores que bem interpretados e analisados, se tornam preponderantes na construção de uma estratégia político eleitoral eficiente.

Não há como se desprezar a informação de qualidade, ainda que grande parte dos atores políticos se prenda apenas aquilo que lhe interessa diretamente, isto é, informações que sejam agradáveis aos seus ouvidos e portanto, os deixem acreditando que estão o caminho certo. Esse tipo de informação normalmente vem de quem está ali pertinho e não contem nenhum critério mais cientifico ou de qualidade. Esse é um dos maiores problemas enfrentados quando estamos estruturando um planejamento estratégico.

E aqui, esse problema não é exclusivo da política. No campo corporativo, é muito comum assistirmos a derrocada de certas empresas, exatamente por desprezarem a informação qualitativa no momento da tomada de decisões; principalmente em ambiente de empresas familiares onde a divergência de casa normalmente é levada para o escritório.

Aferir informações a partir da opinião pública ou de grupos de interesse direto é essencial para o sucesso de um planejamento bem sucedido. Se deparar com opiniões divergentes e muitas vezes aparentemente desconectadas do entendimento geral que se tem quanto ao tema em evidencia, e aceita-las como fator decisivo para reformulação de conceitos, valores e até mesmo de posicionamento no mercado, apesar de importantíssimo, é bastante difícil de ser acatado pelos protagonistas. Eis ai uma tarefa hercúlea para o estrategista ou planejador.

Trabalhar com apenas o que agrada e convém tem sido o caminho mais fácil. Aceitar a realidade como ela se expressa é um paradigma a ser superado.


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