Wellington Duarte

10/06/2018 17h41
Os que dizem que Dilma “destruiu” o país bem que poderiam perder um pouco do seu “precioso” tempo e verificar alguns números. Por exemplo, em 2015, já com a presidenta sendo sabotada pelo PMDB (hoje MDB) e aplicando uma equivocada política econômica via Joaquim Levy, investiu R$ 251 bilhões em obras públicas, 124,9% a mais do que em 2007, ano da implementação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Um ano depois, os investimentos em grandes obras desabaram para R$ 99,2 bilhões, 22,1% a menos que no ano anterior e, já sob o governo golpista do Traidor Temer, iniciou um vasto “programa de desaceleração dos investimentos”, com a retirada do BNDES da função de financiador principal desses investimentos de grande porte e da reorientação da economia para o “controle dos gastos”, isso num momento de forte retração da economia. E deu no que deu.
 
O que a República dos Ladrões tentou implementar, um ultra-liberalismo tresloucado baseado num discurso miseravelmente falso e embalado pelas pilantragens da Lava a Jato, acabou num rotundo fracasso, com todos os indicadores econômicos patinando e os sociais indo ladeira a baixo. O movimento dos caminhoneiros, que trouxe de volta os paneleiros que continuam bons grasnadores e perfeitos idiotas, jogou o governo na lona. Temer e sua trupe de fariseus perdeu-se na condução do processo e hoje briga com tabelas de fretes, sob o olhar inquieto do movimento, na verdade uma grande “aliança” entre os desesperados caminhoneiros autônomos e as empresas transportadoras, ambos fulminados pela tacanha política de preços de combustíveis da Petrobrás.
 
E é nesse ambiente insalubre, agora com o silêncio da Lava a Jato e do Judiciário, que todos os dias “vaza” notícias sobre o mar de corrupção em que navegam os atuais dirigentes do “Esculhambaquistão”, fazendo com que a “maior corrupção da história do Brasil feita pelo PT” acabe sendo um conto da carochinha, que emerge a candidatura daquele que expressa o rebuceteio em que está metido o país: o falastrão Jair Bolsonaro. Estúpido, ignorante, mau educado, tosco, preconceituoso e mais uma penca de adjetivos negativos, a essa figura agora se posiciona de forma concreta nas eleições presidenciais, pelo obscuro e ínfimo PSL.
 
Esse bufão da extrema-direita, que já chegou a bater continência para Sergio Moro e para a bandeira dos EUA, uma reverência que deveria arrepiar os pseudonacionalistas que o apoiam; defendeu a moratória, palavrão na boca dos liberais; disse que fuzilaria FHC; fez apologia ao estupro; foi denunciado por racismo; e fez discursos vergonhosos contra as mulheres e as minorias, hoje é adepto do ultra-liberalismo e avisa que vai privatizar até as árvores plantadas na Esplanada dos Ministérios. Bolsonaro conseguiu arrastar para si uma massa de jovens que o defendem exatamente por que a memória da Terra Brazilis tem a mesma longevidade da vida de uma mosca. O “mito” defende o “glorioso” passado do Regime Militar em que havia “paz e desenvolvimento”, uma descarada mentira, visto que o país foi entregue pelos militares, mais violento, mais pobre e absolutamente quebrado, tanto é que decretou moratória em 1982.
 
O fato é que Bolsonaro abocanhou uma boa parcela do eleitorado tucano que é anti-petista e anti-lulista e apresenta-se como candidato “anti-sistema”, mais insidiosa mentira, bastando para isso ver o “passado partidário” do bufão reacionário para ver que o mesmo surfou nos partidos tradicionais em toda a sua história, ou seja, o crescimento de Bolsonaro se deve ao colapso do sistema político brasileiro, erguido e mantido por aqueles que hoje estão no poder e que agora mostra toda a sua face perversa.
 
O Golpe prendeu e isolou Lula para que ele fosse retirado do chamado “imaginário popular”, mas sua liderança permanece inconteste e sua cela virou um escritório para a sua campanha que já está feita. Nada o derruba, como mostra a pesquisa realizada pelo Data Folha e divulgada nesse domingo (10). Lula segue com 30% das intenções de votos, seguido do bufão fascista (17%), da “ecoescondida” Marina (10%), do tucano depenado Alckmin (7%), Ciro Gomes (6%) e do insosso Álvaro Dias (4%). E num segundo turno, Lula surra o fascista tupiniquim com 49% a 32% e o tucano Alckmin, com 49% a 27%. Porém, o mais interessante é que nada menos que 30% do eleitorado votaria num candidato indicado por Lula e 17% talvez votem nesse candidato, um percentual de 47%, números que certamente reforçarão a defesa da candidatura de Lula por parte do PT.
 
Enquanto a economia afunda na mediocridade de uma política econômica burra, o cenário político aprofunda a incerteza, pois manter Lula encarcerado não trouxe o seu ostracismo, como esperava o Consórcio, que emularia Alckmin, o “candidato do centro” e preferido dos banqueiros e os tucanos voltariam ao poder, neutralizando o extremismo bolsonarista. Não deu certo.
 
A Terra Brazilis é hoje um país à deriva, navegando sem rumo e com seus tripulantes esperando aparecer algum timoneiro que aponte o rumo. Poderemos escolher um piloto que tenha a experiência em consultar os mapas de navegação, negociar com os deuses das águas e recolocar o país no rumo, ou colocarmos no comando um Bozo fascista, que vai nos levar ao fundo do oceano.
 

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