João Maria Medeiros

19/05/2018 08h59

A campanha eleitoral deste ano ainda em fase de pré-campanha, está ganhando as ruas e o debate sobre quem será ou não candidato toma corpo em todos os recantos. A política tem conquistado mais espaços que a copa do mundo. Os políticos andam ouriçados por conquistar apoios dos eleitores cada vez mais descrentes e decepcionados com eles e com os rumos que a política partidária adotou no País.

A fase de pré campanha que convenhamos, não é lá muito clara sob o ponto de vista da legislação, está provocando uma onda de irregularidades e desrespeito com a sociedade e a justiça eleitoral. A propaganda antecipada ou extemporânea, que é proibida por lei nesse período vem sendo utilizada como forma de marcar a imagem dos políticos e como se tudo nesse período que antecede a campanha eleitoral propriamente dita fosse possível de se fazer.

Carreatas, adesivos em carros, comícios disfarçados... No ringue da política eleitoral tá valendo tudo para chamar a atenção das pessoas. Até uma tal de pré convenção já inventaram. Aliás, nesse momento, tudo é pré. Usam desse artificio para mascarar a real ação praticada. Mesmo não sendo muito claras as regras da pré-campanha, há limitadores que norteiam o atual processo, mas como no Brasil, o jeitinho para driblar as leis é regra, muitos dos pré candidafos lançados estão fazendo campanha antecipada escancaradamente.

Esse momento confuso é mais uma consequência da falta de comprometimento dos nossos legisladores que não fizeram de verdade, uma reforma política decente, clara, objetiva e com regras bem definidas. Nos últimos anos, o congresso brasileiro tem atuado muito mais em dar respostas, ainda que superficiais e evasivas, ao descontentamento observados nas ruas em grandes passeatas, do que efetivamente, promover com dignidade o seu papel constitucional.

Um congresso acuado pelas próprias peripécias de parte de seus membros não conseguiu responder satisfatoriamente aos anseios da sociedade que ele representa. O resultado é uma colcha de retalhos mal costurada e com regras não muito claras que tem proporcionado uma série de irregularidades cometidas por quem, no afã de conquistar apoiadores ao seu nome simplesmente desrespeita os princípios elementares para que o jogo democrático das eleições seja realmente o que a população eleitoral espera.

Cabe a justiça eleitoral tentar impedir que a legislação seja rasgada de forma grosseira como vem acontecendo em muitos casos. O mais importante é que sejam travadas batalhas fortes, honestas num jogo limpo e saudável para a democracia. Afinal, nada mais justo e vitorioso do que se lutar o bom combate.


*ESTE CONTEÚDO É INDEPENDENTE E A RESPONSABILIDADE É DO SEU AUTOR (A).