Cefas Carvalho

24/04/2018 21h23
Salta aos olhos a largada para a campanha para o Governo do Estado (ou melhor pré-campanha), já com nomes de peso na disputa, particularidades, dúvidas e possíveis análises. O raciocínio inicial é que pela primeira vez, pelo menos que eu me lembre, teremos quatro candidaturas com chances reais de vitória na disputa.
 
São elas senadora Fátima Bezerra (PT), ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves (PDT), governador Robinson Faria (PSD) e vice-governador Fábio Dantas (eleito pelo PC do B mas recém-filiado ao PSB). As quatro com incógnitas, dilemas e possibilidades. E algumas perguntas. Vamos a cada uma delas:
 
Fátima larga com uma vantagem considerável: Não arrisca o mandato de senadora, garantido até 2020, e em grande parte devido ao trabalho intenso no Senado e a posição firme em relação a Dilma e Lula, lidera todas as pesquisas de intenção de voto. Os questionamentos sobre sua candidatura gravitam sobre o efeito nacional: Qual o impacto de uma não-candidatura Lula a presidente sobre a candidatura Fátima? Se Lula cair nas pesquisas nacionais como ficará a situação da senadora? Sem aliança com PHS e PC do B, a candidatura Fátima tem alguma chance? Como lidar com os palanques limitados no interior do Estado?
 
Já Carlos Eduardo flertava com a candidatura ao Governo (que ele tentou em 2014) desde que reeleito para a Prefeitura de Natal. Não sai dela com a aprovação que sonhava, mas conta com a misteriosa relação umbilical que tem com o eleitor natalense (herança de Wilma?) para arregimentar um caminhão de votos em Natal e região e não fazer feio no interior do Estado e em Mossoró. As perguntas que o cercam são as seguintes: Henrique Alves estará em seu palanque e em estando ajuda ou atrapalha? O sobrenome Alves ainda tem força eleitoral no interior do Estado?
 
Com Fátima e Carlos usando a abusando da bandeira da oposição ao Governo do Estado, caberá a Robinson a tarefa inglória e quase quixotesca de fazer um campanha defendendo uma gestão que naufragou miseravelmente na Segurança Pública e no tratamento ao Funcionalismo Público, sem ter apresentando exatamente bons resultados em áreas como Saúde, Educação e Cultura. Não se deve descartar que Robinson desista de tentar a reeleição, mas ele próprio sabe que paradoxalmente talvez seja sua única chance real de sobrevivência política. A pergunta, única, que o cerca, é: Conseguirá resolver em tempo recorde o pagamento dos servidores estaduais e minimizar a insegurança no estado para poder ter algo palpável a oferecer para o eleitor?
 
Por fim, a candidatura paradoxal de Fábio Dantas. Homem de bastidores, politicamente preparado, vive e terá de conviver na eleição com a questão que também é a única pergunta a ser feita: Como o eleitor vai encarar o fato que ele levou 3 anos e 3 meses para perceber, digamos, o caos que o Estado se encontra e romper e criticar o governador Robinson? Que Fábio tem trânsito nas hostes políticas e no Agreste e no Seridó, é sabido. Resta saber como o eleitor destes lugares vai avaliar seu papel na gestão Robinson. Que se for bem avaliada subitamente vai beneficiar o próprio Robinson, não a Fábio.
 
Enfim, muitas perguntas e entre poucas certezas, uma que salta aos olhos: Esta campanha não permitirá ao candidato ou candidata que deseja vencer cometer nenhum erro. As avaliações exatas do cenário - que poderá mudar a qualquer momento - serão decisivas para a vitória de quem quer que seja.
 

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