Cefas Carvalho

13/04/2018 10h06
Leio análise bem feita de Ricardo Cappelli para o Congresso em Foco sobre uma possibilidade para a campanha eleitoral: um chapa Joaquim Barbosa (PSB)/Marina Silva (Rede).
 
Capelli avalia que com apenas dois deputados e sem nenhuma estrutura nacional, a Rede não tem como sustentar uma candidatura presidencial. Tem razão.
 
Mas estendi o raciocínio dele para refletir sobre Marina. Como uma política que chegou tão forte em duas eleições presidenciais não conseguiu viabilizar seu partido e se mostrar forte em um cenário tão conturbado e ao mesmo tempo aberto?
 
A primeira resposta, que é o raciocínio dos marinistas, é que ela não faz acordos nem conchavos, não se misturaria à prática política que frequenta as páginas policiais. Não deixam de ter certa razão.
 
Mas há outra possível razão: Marina ao longo dos intervalos das campanhas presidenciais pouco ou nada se posiciona sobre as coisas. Um erro fatal na política. Lula, Ciro e aquele cujo nome não deve ser dito se mantém fortes politicamente porque, por bom ou por mal, têm posicionamentos sólidos sobre temas diversos, inclusive os delicados.
 
A história de Marina é um colosso, sempre admirei a sua saga pessoal e onde chegou. E uma composição com Barbosa teria um simbolismo positivo (um negro e uma ex-seringueira numa chapa presidencial não é todo dia que se vê). Mas, sem opinar sobre as coisas, vai ficar sempre mais difícil para Marina.

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