Cefas Carvalho

22/03/2018 21h51
Ainda de ontem, pós-apagão, resolvi beber uma cerveja e assistir a Palmeiras x Novorizontino no velho e bom Espetinho Eucaliptos, quando de repente chega um grupo de cinco jovens, dois rapazes e duas moças na faixa dos vinte e poucos anos, bonitos, descolados, bem alegres. Sentam à mesa atrás de mim, falando alto, rindo, falando da vida, de tudo e de todos.
 
O Palmeiras começa a fazer gols no adversário, intervalo e meio sem querer começo a prestar atenção no papo da turma:
 
Moça 1: "Ouvi dizer que o bode é parente distante do unicórnio".
Moça 2: "E existe unicórnio?"
Moça 1: "Não existe, não?"
Rapaz 1: "Claro que não existe, gente!"
Rapaz 2: "Ah, a gente também não tem certeza, né?"
Moça 3: "Gente, vocês estão viajando. O bode é parente dos caprinos, tanto que é bode quando adulto e quando bebê é cordeiro".
Moça 2: "Cordeiro não é o bebê do Carneiro?"
Moça 1: "Carneiro e cordeiro é a mesma coisa"
Rapaz 2: "Cordeiro e o carneiro comestível. Por isso que se come carne de cordeiro".
Moça 2: "Mas unicórnio não existe, não. E se come isso tudo, carneiro, cordeiro, bode...
Moça 1: "Eca! E tem gente que come bode?..."
Rapaz 1: "Tem gente que come escorpião e gafanhoto, por que não comeria bode?"
Moça 3: "Mas tem escorpião comestível e escorpião venenoso, né?"
Moça 1: "Peraí, o sinal tá pegando, vou pesquisar se unicórnio existe..."
 
Fiquei na dúvida se pagava a conta e corria dali. Ou se, pelo contrário, me convidava a sentar à mesa. Poderia também ter pedido a mesma coisa que eles estavam bebendo.
 
Na dúvida, apenas troquei de mesa e fui ver o quinto gol do Palmeiras bem perto da TV. Mas com vontade de participar do papo, admito.
 

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