Cefas Carvalho

20/03/2018 00h23
No Twitter, Ronaldo Monfredo (@samara7days) questionou de forma bem oportuna o seguinte:
 
"Como é que a gente só conheceu essa mulher morta? Que muralha é essa que coloca um Bolsonaro nas conversas dentro da nossa cozinha e não deixa uma Marielle nem passar pelos filtros das nossas redes sociais?"
 
Excelente pergunta. Não me atrevo a ter a resposta pronta, até porque ela certamente é complexa e cheia de vertentes (mídia, visibilidade, cargo parlamentar, mecanismo das redes etc).
 
Mas um desses fatores, me arrisco, sim a analisar. É que o pessoal progressista posta mais sobre Bolsonaro do que sobre militantes como Marielle. Para criticar, para ridicularizar, mas, posta.
 
Amigos e amigas progressistas aqui do RN postam mais contra Bolsonaro do que sobre ações dos (poucos) parlamentares de Esquerda e dos militantes, de ONGs etc. Os amigos pernambucanos idem. Militantes progressistas em ascensão na Bahia? Não conheço. Os 3 amigos que lá moram só postam sobre Bolsonaro, Temer e Aécio.
 
Os paulistas ainda arriscam umas postagens dos movimentos de lá. Dos cariocas, apenas um posta sobre soluções e gente que faz e não apenas sobre Bolsonaro.
 
Idem em relação a Paraíba, Goiás, todos os lugares onde tenho amigos.
 
É isso. Gastamos mais tempo falando mal dos baluartes da Direita do que divulgando as ações da moçada progressista, movimentos negros, LGBT, feministas etc etc. Da mesma forma que quem mais divulgou Pabllo Vittar foram seus odiadores nas redes. Por isso Bolsonaro estava presente no nosso cotidiano e Marielle, não.

*ESTE CONTEÚDO É INDEPENDENTE E A RESPONSABILIDADE É DO SEU AUTOR (A).