João Maria Medeiros

17/02/2018 00h37
A última moda no País depois da derrocada dos partidos políticos, provocada pela operação lava jato é a mudança de nome de algumas siglas. Tem sido um festival de trocas de nomes numa tentativa clara de simplesmente enganar a sociedade. Isto porque, mudar o nome ou trocar uma letra do partido passa a ideia de renovação. 
 
A prática não é nova. A história política brasileira mostra que as siglas partidárias sempre que surgem problemas graves as envolvendo promovem a troca de seus nomes. Muda-se o nome apenas. Continuam as mesmas práticas: antiquadas, pouco republicanas e sempre voltadas para o umbigo dos seus dirigentes.
 
O País vem assistindo a uma onda geral de desrespeito. Seja no campo político, seja no judiciário e principalmente na sociedade civil com uma avassaladora onda de insatisfações, intolerância e agressões nas mídias sociais. Isso tudo é reflexo, em minha opinião, da falta de comprometimento dos políticos e suas agremiações com a sociedade brasileira a quem, além do dever de representar, eles também devem explicações que nunca são dadas satisfatoriamente. 
 
Trocar o nome ou substituir um letra num partido político nada mais é do que uma tentativa de se mostrar inovador, sintonizado com os anseios e expectativas da população. Na prática não tem efeito nenhum. É como se um cidadão que passou o dia trabalhando numa obra, e ao final do expediente, ao invés de um bom banho, troca apenas a roupa e vai para casa. Ou seja, continua sujo do mesmo jeito.
 
Essa atitude é mais uma prova da decadência em que se encontram as instituições partidárias. É prova de que a forma de atuação e condução política continua com os mesmos vícios de origem. Ações que se repetem ao longo dos tempos, desde o Brasil Imperial, quando o senado e a camara atuavam nas mais obscuras artimanhas: ora para agradar ao imperador, ora para coloca-lo em situação de fragilidade.
 
O gigante continua adormecido,. Em certos momentos dá sinas de que irá se levantar para logo em seguida, voltar a se acomodar em seu berço esplendido. Enquanto isso, a cultura do fazer político com a máxima do “é dando que se recebe” e tantas outras, vai modelando os destinos da nação.
 
É preciso e urgente se faz, que a sociedade brasileira acorde de verdade. Não adianta só bater panelas, piscar luzes e espernear nas redes sociais. A conscientização do povo é fundamental para que verdadeiras mudanças aconteçam. E isso é reponsabilidade de todos: instituições, partidos, a midia e principalmente nós, os eleitores.
 

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