Wellington Duarte

14/02/2018 22h24
O Carnaval de 2018 é o segundo da República dos Ladrões, onde o “Esculhambaquistão” instalou-se com os podres poderes da República (sic) esfacelados e ocupados por elementos da pior espécie, que vai desde os golpistas mais escrachados, como é o caso do bufão Carlos Marun, a melhor representação dessa gozação mórbida que o Golpe faz há dezenove meses; passando pela mentira escabrosa da “liberdade de imprensa”, onde o contraditório virou piada; pelos delegados da Milícia Federal, um salseiro de pequenos feudos cada querendo ser mais “produtivo” que outros; pelos perigosos falastrões da Farsa a Jato, marionetes chiliquentos do Golpe; até a alta Magistratura do país, hoje um depósito de gente desqualificada que se esconde em palavrório chique e empoado, mas que assina embaixo dessa terra de canalhas, em que se transformou a antiga República Federativa do Brasil.
 
No Carnaval, festão “democrático”, em que pobres e ricos saltitam pelas ruas, animados por todo tipo de som, é tempo de se divertir, se embriagar ou, como muitos fazem, fazerem retiros para poderem também se divertir com menos peso na consciência. O Carnaval, que a Igreja nunca conseguiu “domar”, é tempo de alegorias e nada melhor do que representar a Terra Brazilis nessa festa como um grande circo dos horrores e das mentiras deslavadas. Uma comédia sombria escrita pelas elites e que está empurrando uma “nova” sociedade goela a baixo, onde o trabalho virou um prêmio para os miseráveis e pobres, condenados a se entregar, de corpo e alma, ao patrão para obter um salário, agora quase sem nenhuma proteção das Leis do Trabalho, basicamente revogadas pela “Reforma” Trabalhista.
 
A quadrilha que está no poder, depois de emplacar o famigerado Teto dos Gastos, que travará os investimentos públicos por duas décadas; a terceirização irrestrita, que abriu as portas para a sublocação desavergonhada dos serviços públicos; e a “reforma” trabalhista que destruiu as relações de trabalho, agora, pressionado pelas forças que a colocaram no poder, lança a campanha mais mentirosa já vista desde a redemocratização, utilizando-se de manipulação desavergonhada e recebendo o maciço apoio da mídia, para tentar mostrar que é necessário a tal Reforma da Previdência. É um espetáculo dantesco e que, em pleno Carnaval, revela o acanalhamento que tomou conta desse governo.
 
Os bandidos no poder já torraram mais de R$ 100 milhões em propaganda e outros R$ 6 bilhões para os parlamentares, para tentar fazer passar essa Reforma, essencial para as operadoras das previdências privadas, sequiosas em ter acesso a esse mercado bilionário. A nova propaganda, baseada nos “privilégios” chega a ser criminosa e só está sendo veiculada por que hoje o Judiciário da Terra Brazilis transformou-se num lodaçal de reacionarismo, cegos às torpezas vindas dos governantes, mas “vigilantes” em caçar lideranças e partidos de natureza progressista.
 
Antes de saírem às ruas, muitos foliões podem estar pensando em se aposentar antes que essa Reforma passe, já que entre 2015 e 2017 houve um escandaloso aumento de 47% no pedido de aposentadorias, muito superior à média de 2%, que se verificava em momentos anteriores. Essa verdadeira corrida às aposentadorias, já vistas no período da primeira Reforma da Previdência, em 1998, fez aumentar o déficit da Previdência e só um burro não percebe que com menos emprego, PIB estagnado e queda nos rendimentos médios da massa assalariada, obviamente que isso se refletiria na Previdência Social.
 
A “reforma” trabalhista trouxe de volta a informalidade e esta tem duplo impacto sobre a previdência pública. Primeiro sob a forma de redução do número, absoluto e relativo, de contribuintes; e em segundo lugar porque os rendimentos da informalidade são inferiores e as contribuições previdenciárias incidem sobre as remunerações.
 
A informalidade, gerada pela “reforma” trabalhista e saudada pelos meios de comunicação, reduziu os contribuintes da previdência, que eram 60 milhões em 2014 e no final de 2017 já estavam em 58 milhões, mais de DOIS MILHÕES a MENOS de contribuintes do sistema previdenciário. O microempreendorismo transformou-se mais num refúgio da crise do que propriamente a visão, por parte do potencial empreendedor, de potencialidades para desenvolver suas habilidades e obviamente com essa massa de pessoas, com baixa escolaridade e mais idade, não podem ser vistas como a solução da crise previdenciária.
 
A escandalosa mentira de que a Reforma da Previdência é contra os “privilégios” não parece enganar a população, já que apenas 6% a quer, mas as manobras feitas pelo Traidor Temer, enchendo as burras das emissoras para poder propagandear suas mentiras em rede nacional, além de fazer novos avanços no balcão de negócios da Câmara de Deputados, podem fazer com que se feche o “quadrilátero da morte” para o trabalhador (Teto dos Gastos, Terceirização irrestrita, “reforma” trabalhista e reforma da Previdência) e, nesse caso, o país terá de basicamente parar para desmontar esse conjunto de armadilhas montadas pela República dos Ladrões.
 

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