João Maria Medeiros

03/02/2018 01h13
As redes sociais como muitos já sabem, trouxeram uma nova perspectiva para a sociedade. A dita democratização que as mídias sociais oportunizam para as pessoas, está criando um universo paralelo em que o lado mais mesquinho e, muitas vezes, mais negro da humanidade se sobressai facilmente.
 
De uma hora para outra se passou a acreditar em tudo o que é postado. A verdade de uma noticia ou fato deixou de ser apurada e passou a ser realidade num passe de mágica. Ingenuamente e em grande parte apenas pelo mórbido desejo do grotesco, da exposição aos extremos. As pessoas passam a reproduzir mensagens recebidas em seus smartfones sem a preocupação com a leitura mais detalhada que identifique os absurdos e as mentiras que se colocam em certos tipos de noticias; as chamadas “fake News”.
 
A amplitude que as redes sociais conseguem dar a um determinado fato é algo avassalador, sob o ponto de vista da velocidade e da revelação do quanto as pessoas são carentes de um senso crítico mais apurado que permitam enxergar a falta de verdade em muitos textos que nos são enviados.
 
Da autoajuda às decisões mais importantes sobre a vida da sociedade circulam entre grupos e pessoas como verdade absoluta. É claro que tem muita, mas muita coisa real e importante, mas a curiosa morbidez pelo escatológico, pelo dantesco acaba se sobressaindo. E aí, o festival de absurdos que vemos circular só aumenta.
 
Noticias e informações antigas, inverdades e invencionices são tratadas como temas cotidianos e, na maioria das vezes, as pessoas sequer percebem que estão reproduzindo algo que não existe ou já aconteceu há muito tempo atrás. Esse vácuo surgido com o advento da vida digital é território livre para a proliferação de outro passatempo preferido das pessoas: o boato.
 
O boato surge pela necessidade de se fazer acreditar em algo que não existe, mas que provoca danos seríssimos ao ambiente social como um todo. As notícias falsas são prato cheio para inescrupulosos que visam lucrar de alguma forma com o boato criado e espalhado pelas redes.
No campo da política o boato é arma de ocasião. Muitas vezes travestidos de balões de ensaio, os boatos são lançados para provocar uma onda favorável a determinado político ou mesmo para denegrir a imagem pública de alguém. E ai, com a diversidade de mídias sociais disponíveis, ficou fácil para que a falta de escrúpulos e o respeito ao eleitor fossem simplesmente jogados no lixo.
 
A grande preocupação com as eleições deste ano se situa exatamente na forma e modelo como determinados conteúdos serão apresentados a sociedade pelas redes sociais. Numa eleição, boato pode ser arma letal. Dai a preocupação do TSE em tentar coibir as tais “fake news”.
 

*ESTE CONTEÚDO É INDEPENDENTE E A RESPONSABILIDADE É DO SEU AUTOR (A).