Nicole Tinôco

26/12/2017 13h44
Escrevi um texto de fim de ano como “manda o figurino”. Constatei meus erros, dediquei uns instantes refletindo sobre eles e tracei metas no afã de planejar meu ano de 2018 me preocupando em fazer tudo isso de modo genérico para que servisse como auxílio a alguns de vocês. Acontece que eu não sou assim, aos que já estão começando a me conhecer devem pressupor que não será esta a narrativa aqui exposta. Não hoje.
 
Sou pura emoção, em corpo, alma & coração. Por mais que eu tente nunca consigo programar meus textos e postagens, não sou proprietária ou responsável pelo que escrevo, sou apenas um instrumento de algo superior/divino ou até mesmo das batidas do meu coração. E apenas compilo meus sentimentos, transformo-os, faço com que o abstrato, se transfigure em palavras. Em virtude disto hoje falarei do que me sinto mais confortável, termino o ano falando de amor & de dor.
 
Primeiro de tudo é preciso confiar. Amor não se ensina, não se encontra em livros de receita ou didáticos, tudo irá acontecer no tempo certo. Aos que acreditam, afirmo que é no tempo de Deus, aos céticos, se apeguem ao tempo da vida, por mais difícil que seja existe um tempo para agir e curar nossas dores. Confie e na hora certa elas, as dores, irão embora. Essa cruz que você carrega é sua e tão somente sua. Por mais pesada que ela seja não se entregue, você pode com ela, você é capaz de carregá-la. Não desista do amor, nem da vida. As dores passam, se você se empenhar, buscar ajuda, amigos, profissionais e principalmente se você não desistir. De dor eu entendo um pouquinho, claro que não conheço as suas, mas quem me acompanha nas redes sociais sabe que já encarei e expus dores profundas. O fim do poço, eu já estive lá. E como alguém que vivenciou isso de tão perto não temo em assegurar, não menospreze, cuide, se cuide. Mas não se entregue a dor, um dia ela pode ser resinificada. 
 
Parece fácil falar assim não é? Agora estou bem, estou sorrindo. Mas a dor faz parte das nossas vidas, só sabe o que é a verdadeira felicidade quem entende que a vida não é retilínea, é uma luta diária, repleta de momentos difíceis, ilustrada com alguns alegres. Alguém que não desiste, cultiva, semeia a colheita da sua felicidade. Não desistir da felicidade é importante mas também não tenha ela como meta diária e inatingível. A graça, o bacana está no percurso, no esforço, na superação, a chegada é apenas consequência. 
 
Dito isto, partimos então para as 4 famigeradas letrinhas, aquelas que a maioria das pessoas muito deseja mas tem tanta dificuldade em lidar. Ah... o Amor. Semana passada na estreia do TodXs, outro projeto meu, conversei sobre a importância e o poder de dizer “Eu te amo”. Mas imediatamente surge outro questionamento, como chegar ao “fim”?  Como externar o sentimento se nem sequer conseguimos lidar com nascimento dele. Vamos lá, o início de tudo é a interminável espera, quer algo mais complexo e angustiante do que imaginar um evento futuro e incerto, que não sabemos quando, onde e se irá acontecer. 
 
“Encontrarei um amor?” 
“Ele/a será o grande amor da minha vida?”,  
“Quanto tempo terei que esperar?”.
 
 Estes são apenas questionamentos iniciais. Por mais assustador que pareça encontrar o “Romance ideal” esta é tão somente a primeira casinha de um jogo que, como diria Paralamas, se Você quer enlouquecer, essa é “sua chance”. Será mesmo que é tudo que Você quis? Amar e pirar são verbos que rimam e caminham lado a lado. Racionalmente pensando quem em sã consciência optaria por um sentimento que nos embrulha o estômago, acelera o coração e por tantas vezes faz nosso corpo suar incontrolavelmente. Ninguém. Por isso que o racional fica longe quando falamos de amor. 
 
Mas sigamos. Estamos lá felizes, radiantes, apaixonados, já dissemos “Eu te amo” e tudo parece resolvido. Apenas parece, o mais difícil, o verdadeiramente complexo acaba de começar, e o pior ainda está por vir. No jogo do amor encontrar uma forma, uma fórmula de fazer tudo dar certo, é o “x” vermelho que demarca o local do pote de ouro. Será que existe a fórmula do amor, ou as coisas são mesmo mais fáceis apenas na televisão?
 
Quem dera eu pudesse aqui trazer esta resposta, desconfio que venderia milhares de livros românticos: “Como encontrar um amor em 5 passos, e mantê-lo”. Quem sou eu, apenas alguns meses ganhei um status pouco quisto na sociedade: divorciada. Que peso essa palavra trazia anos atrás, ou ainda traz? Depois conversaremos sobre isso, o que quero deixar aqui são palavras de incentivo a superação da dor e de crença no amor. Sim, ele existe, eterno ou não é lindo e maravilhoso de ser vivido. 
 
Essa história daria um livro, um romance talvez. Amo amar e falar de amor, mas quero apenas pra finalizar deixando algumas dicas objetivas diante da subjetividade que é este tão rico sentimento, sigam se acharem por bem, desconsiderem se estou divagando:
 
1) Aprenda com as diferenças, você nunca vai encontrar alguém igual ao reflexo de seu espelho. Para isso temos amigos, conviver nada mais é que ver no outro algo que te cause admiração e entender que as divergências devem ser respeitadas e absorvidas como uma troca. Ambas as parte saem diferentes a cada discussão contanto que possam fazê-las sem que haja agressão. 
 
2) Amar é torcer pelo outro e não viver o outro. É importante ser companheiro, participar, se envolver, cuidar também. Mas é premente que cada um possua sonhos e projetos pessoais. Sozinho viemos e em algum momento sozinho estaremos. Gostar da sua própria companhia parte do princípio de que você é único e possui objetivos próprios que independem da existência e anuência do outro.
 
3) Sucesso e Dinheiro são muito bons, mas não permita que sejam empecilhos que causem discórdia, ou alguma espécie de competição ao casal. Caminhem juntos. Lembrem sempre do que motivou o primeiro beijo e não permitam que o dia a dia, contas, obrigações se sobreponham ao melhor da vida. 
 
4) Supere suas próprias expectativas, se ame, se orgulhe de quem você é. Quando se está bem consigo mesmo, não há espaços para colocar no outro a responsabilidade pelos seus insucessos. 
 
5) AME! Como der ou como puder, é o sentimento mais delicioso já conhecido na “história da humanidade”.
 
O livreto de autoajuda acaba por aqui. Não tenho intenções de resolver o problema amoroso das pessoas, mas quero, desejo e espero que cada um de vocês possam nesta vida sentir um pouquinho do que estar preso por vontade, deste fogo que arde sem se ver, do contentamento descontente. Com Camões me despeço de vocês e deste ano. Boas festas e um apaixonante 2018 para todos nós.
Até lá.   

*ESTE CONTEÚDO É INDEPENDENTE E A RESPONSABILIDADE É DO SEU AUTOR (A).