Evandro Borges

22/12/2017 10h35
A Comissão de Direitos Humanos e participação do Senado rejeitou a alteração da Lei que dispunha sobre o título de patrono da educação brasileira dado ao educador Paulo Freire, iniciativa de natureza meramente ideológica, com a Relatoria da Senadora Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte, foi devidamente aceito o arquivamento, fazendo jus ao maior educador da História brasileira e reconhecido internacionalmente.
 
O momento é de avançar com a educação brasileira, continuar o combate ao analfabetismo crônico e funcional instalado, como vem demonstrando as pesquisas e veiculadas de forma insistente pela mídia nacional, pois, a falta de alfabetização e letramento significa a marginalidade e a exclusão, no país que precisa de tantas reformas, necessitando de acompanhar o avanço tecnológico para colocar a serviço da cidadania e do mundo do trabalho, o arquivamento da propositura faz bem ao Brasil.
 
Paulo Freire é pernambucano de Recife, venceu a exclusão, estudou e trabalhou intensamente, professor, perseguido pela ditadura instalada em 1964, escreveu seu principal livro no Chile, em face às experiências campesinas, denominada de Pedagogia do Oprimido e toda a sua obra é decorrente deste, tendo livros festejados internacionalmente como Pedagogia da Esperança e Pedagogia da Autonomia.
 
O planejamento pedagógico e gestão escolar, organização curricular, avaliação escolar, escola cidadã deve a Paulo Freire nos intensos debates realizados na academia e nas experiências da prática, principalmente em face da educação iniciada na gestão da Prefeita Luiza Erundina em São Paulo, e outras municipalidades podendo destacar Porto Alegre, Belo Horizonte e Caxias do Sul.
 
O patrono da educação brasileira, Paulo Freire, que passou sua infância entre Recife e Jaboatão dos Guararapes, ensinou em Harvard nos Estados Unidos da América, trabalhou no Conselho Mundial das Igrejas Cristãs em Genebra/Suíça, prestou assessoria a vários Ministérios da Educação, e enfrentou uma experiência formidável na África com alfabetização de adultos. 
 
Paulo Freire esteve no Rio Grande do Norte, organizou a experiência de alfabetização em Angicos no Governo Aluízio Alves, estava na entrega dos certificados aos alfabetizados com João Goulart, participou do programa de Pé no chão se aprende a Ler, em Natal, no Governo Djalma Maranhão, colaborando com a formação dos monitores para os grupos de alfabetização.
 
A alfabetização dos adultos foi seu grande tema, além de uma metodologia, com conteúdo de formação de cidadania, dos indivíduos encontrarem a sua realidade e saber intervir para melhorar sua condição, dar prosseguimento com base na leitura e na profissionalização, na formação do novo ser humano, próprio da dignidade e dos direitos humanos, foi um cristão convicto, e lecionou na PUC de São Paulo.
 

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