Evandro Borges

18/12/2017 10h12
A mídia tem noticiado com certa veemência os índices de pobreza e as diferenças de classe no Brasil, com base em pesquisa realizada pelo Banco Mundial, atingindo vinte e cinco por cento da população do país, mais cinquenta milhões de pessoas que vivem por dia com até 5,5 dólares, na verdade este segmento social não consegue satisfazer as condições de dignidade humana, casa, higiene, transporte e alimentação com periodicidade de três vezes ao dia. 
 
Um dado estarrecedor diz respeito a aproximadamente vinte e sete por cento dos jovens estão sem trabalho e sem estudar, completamente na marginalidade, aumentando este índice em três por cento, e quanto menor a escolaridade mais cedo se ingressa no mundo do trabalho, com entrada já com catorze anos de idade em condições inadequadas, com trabalho excessivamente manual, atingindo principalmente, os pardos e os negros.
 
A discrepância social não é novidade neste país como marca a historiografia, e o desenvolvimento da nação bastante conturbado, com uma proposta das classes conservadoras transcorrida nos séculos, e inclusive no final do século XIX, com dificuldades para a definição do povo brasileiro, em face da escravidão e submetido à subalternidade e submissão, como tanto disse o saudoso Darcy Ribeiro.
 
A situação piora quando é colocado as diferenças em relação às regiões, sobressaindo a pobreza nas regiões norte e nordeste, e no nosso caso, os maiores rincões encontram-se no Maranhão e Alagoas, com bolsões localizados na sua maioria incidência na zona rural, igualmente sem nenhuma novidade, faltando o acesso a terra, técnicas rudimentares de produção, o plantio nos marcos da subsistência, o analfabetismo e baixa escolaridade, a falta d’água e a espera das chuvas irregulares, e outros problemas já bastante conhecidos.
 
Após seis anos de seca, com as fontes d’águas tradicionais de açudes e barragens secando, chegando a marcos nunca visto, abalando a produção, com perdas sensíveis na agricultura, pecuária e na pesca, reduzindo postos de trabalho e de emprego, minorado pelas políticas e programas sociais efetivos que foram desenvolvidos, chega à informação de inverno regular com chuvas para o Rio Grande do Norte em todas as regiões, a começarem na segunda quinzena do presente mês, que já se inicia.
 
Neste contexto não se pode aceitar omissão de ninguém, cabe especialmente o Governo do Estado acelerar o programa de distribuição de sementes, que vem sendo construído com muito esforço, do próprio Estado, dos seus técnicos, e dos movimentos sociais, e aos Municípios cabem um vigoroso programa de corte de terras, condições básicas para se garantir uma produção boa, e assegurar a segurança alimentar, minorando a fome e a pobreza, e barateando o acesso a alimentação.
 
O momento é agora, de reivindicar, participar, esclarecer, dar informações, cada um na sua missão institucional, construir as condições para a produção, garantir o bom uso  d’água, nada de desperdícios, e acreditar nas expectativas de inverno, do fortalecimento do La Niña, para um novo ciclo chuvoso, garantidor de um pouco mais de dignidade para as famílias, principalmente para quem está na pobreza absoluta, como estamparam as pesquisas.
 

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