João Maria Medeiros

16/12/2017 09h36
A cabeça do eleitor brasileiro anda cada vez mais confusa quando se trata de identificação partidária dos seus representantes políticos. A enorme quantidade de partidos e o verdadeiro mercado de pulgas em que se transformaram as negociações para a construção das alianças políticas, é uma das maiores distorções do real sentido do que seja uma coalizão de forças visando uma eleição.
 
O que deveria ser negociação em torno de ideias, programas e propostas viáveis para o melhoramento das condições da população e do País, por exemplo, se tornou grandes negociatas onde o que é posto na mesa não são princípios republicanos nem muito menos benefícios para a coletividade.
 
Alianças têm sido construídas em cima de interesses escusos, individualistas e geralmente envolvendo vultosas somas de dinheiro, distribuídas aqui e em paraísos fiscais como nos tem sido revelado pelas investigações em curso Brasil afora. O tempo de televisão e rádio para a campanha eleitoral, é uma moeda valiosíssima e que a cada dois anos tem sua valoração elevada em escalas estratosféricas.
 
Partido no Brasil tem dono. E esses donos agem de acordo apenas e tão somente com seus interesses. A estrutura organizacional na maioria deles é feita não por militantes, mas por um séquito de súditos e em alguns casos, por verdadeiros lacaios. 
 
Por isso tem sido comum a troca de membros, a dissolução de comissões e diretórios como uma simples troca de camisa ao ser suja por uma gota de café que caiu sobre ela. Nesse modelo que persiste, dificilmente há espaço para a prática da boa política, voltada para o bem estar da coletividade. 
 
Toda essa anomalia e distorção têm provocado situações absurdas e que estão sendo escancaradas na nossa cara sem o menor pudor; simplesmente como situação corriqueira no sistema político. É comum ouvir de alguns políticos, que o que deveria ser condenado como prática é normal no ambiente partidário.
 
A necessidade de o gigante acordar, voltar a se levantar e ir para as ruas mostrar sua indignação e insatisfação é urgente. O Brasil precisa de uma Assembleia Nacional Constituinte para realizar transformações importantes como à reforma política, a reforma do judiciário e uma reforma fiscal. Uma Constituinte eleita com esse fim especifico e ao seu final dissolvida, sem que os seus membros possam participar de novas eleições para um período parlamentar.
 
Para alguns isso pode parecer utopia. Mas enquanto O País não despertar dessa letargia que atinge a todos, não teremos O Brasil dos nossos sonhos. 
 

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