João Maria Medeiros

02/12/2017 12h04
Uma campanha eleitoral é um ambiente recheado de signos. A busca pelo voto a partir de um plano estratégico requer a abordagem de diversos fatores a partir de outros tantos elementos que compõem esse fascinante mundo à parte da vida normal das pessoas.
 
O candidato é a peça primordial para o desenvolvimento da campanha. Mas sozinho, apenas com sua vontade e um partido político que lhe dê abrigo e apoio ele não consegue alçar grandes voos. A estrutura politico-eleitoral em vigência no país é extremamente limitadora e na maioria das vezes tem sido utilizada para atender apenas a vontade dos seus donos.
Para uma campanha ter sucesso e se transformar em realidade para o candidato, ela exige alguns cuidados que devem levar em consideração o fato de que o postulante a determinado cargo é uma pessoa e não um ser inanimado, como muita gente acredita. Ou seja, candidato não é produto.
 
Entender que o candidato não é um produto não significa que ele não precise de uma boa estrutura de marketing e seus ferramentais estratégicos para tornar essa candidatura atraente aos olhos do eleitor. É ai onde reside uma grande diferença, e que muitas vezes chega a expor cidadãos e cidadãs a situações vexatórias, beirando o ridículo mesmo.
Uma campanha para ter sucesso precisa, além das estratégias e das alianças políticas, de muita alegria, cores, vibração positiva, musicalidade, enfim, símbolos que promovam no inconsciente coletivo da população a identificação de valores e conceitos que se aproximem dos desejos e esperanças das pessoas.
 
Dai a importância de se construir campanhas eleitorais fundamentadas na compreensão clara e objetiva dos elementos que compõem o signo. Afinal, na política, quase tudo é simbologia. Essa compreensão da linguagem é essencial para a formatação de uma estrutura comunicacional que leve ao sucesso da campanha.
 
Como ensina Fábio Flatschart, “é preciso entender linguagem como um sistema de signos socializado, isto é, seus elementos só adquirem significado quando inseridos em contextos de inter- relação, pois cada signo por si só não possui significado relevante”. Nada mais atual em tempos de big data e da avalanche de informações provida pelos conteúdos das redes sociais.
 
Esse conceito aparentemente distante e incompreensível, nada mais é do que a emoção que a marca, as cores, os gestos criados, a música e todos os elementos inseridos numa campanha provocam nas pessoas, fazendo com que elas admirem mais ou menos os candidatos postos à eleição. Conhecer os elementos da linguagem e saber usa-los com eficácia é um bom caminho para uma vitória nas urnas. E isto é marketing.
 

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