Daniel Costa

10/11/2017 12h39
A maioria das pessoas acredita que é preciso mudar. Os nomes da velha política local não despertam interesse. As famílias Alves, Maia e Rosado nunca estiveram tão desgastadas. Escândalos como o do "Rabo-de-Palha" estrelado pelo então governador Agripino "Jajá" Maia, se assemelham à tentativa de um punguista de passar a mão em carteira alheia, quando comparado às falcatruas atuais, que envolvem o roubo de milionárias quantias, como se vê na denúncia da liberação de recursos pelo BNDES para a construção do Arena das Dunas. 
 
Nesse espaço sem dono, os sujeitos que trafegam fora da política profissional lançam discretamente os seus nomes para ver no que pode dar. O desembargador Cláudio Santos já faz campanha. O empresariado, representado por Marcelo Alecrim, pretende vender a ideia salvacionista dos milagres que uma gestão fordista seria capaz de fazer, mesmo que todo mundo tenha visto, a partir da Lava Jato, que a presença do grande mercado nas entranhas do poder seja parte do problema e não a solução.  
 
Essas possíveis novidades, portanto, não parecem ser a melhor saída, principalmente quando se percebe o tamanho das dificuldades que terão de ser enfrentas. O discurso das fáceis soluções para complexos problemas é do que menos se precisa agora. 
 
É por isso e outras coisas mais, que o nome de Fátima Bezerra surge como um bom atrativo. Se ela não chega a ser uma novidade, também não é vinho da pipa do coronelismo local, e nem tampouco uma aventureira sem um sólido caminho nos meandros da política. Mesmo que o PT tenha alcançado altos níveis de rejeição e a classe média natalense historicamente não engula o nome de alguém estranho às fileiras da elite potiguar, a verdade é que atualmente não há mais espaço para se atirar no abismo do coronelismo desenhado com tintas de uma novidade que sabidamente não existe, como já demonstraram as eleições de Micarla de Sousa e de Robinson Faria. 
 
Fátima não é garantia de sucesso. Mas também não é a certeza do fracasso. Dentro do atual cenário, em que é preciso mudar mas sem que se corra o risco de afundar o navio com toda a tripulação, o seu nome parece ser o cais mais seguro. É  possível olhar para trás e ver os seus passos. De deputada estadual  a senadora. Do incentivo ao concurso público para  a educação local à expansão e interiorização dos Institutos Federais. Da luta contra a privatização da CAERN à batalha contra a reforma trabalhista. Do combate à violência contra a mulher à coordenação da Frente Parlamentar em Defesa do Livro. 
 
Será a vez de Fátima Bezerra? 
 
 

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