Cefas Carvalho

08/11/2017 14h43
Até as rochas do Atol das Rocas sabem que a eleição presidencial de 2018 será tensa, acirrada, sanguínea, emocionante mesmo. 
 
Possibilidades muitas. Lula candidato ou impedido por decisão judicial sem provas? PSDB com Alckimin ou vai de Meirelles? Luciano Huck como candidato do mercado? Marina Silva tentará de novo? A candidatura de Manuela D´Ávila se sustenta? PSOL lançará quem? Bolsonaro sairá mesmo candidato ou se manterá na Câmara para ter onde vomitar seus preconceitos? E se Lula não concorrer, apoia Ciro ou vai de Haddad? Muitas expectativas. Muitas emoções.
 
Contudo, como sempre acontece, a atenção da mídia e do eleitorado se volta com paixão e interesse para o pleito presidencial. E negligencia a eleição legislativa. No mesmo sufrágio, além do ocupante do Palácio do Planalto, elegeremos também senadores, deputados federais e deputados estaduais.
 
E vamos todos recordar que sem a Câmara Federal e sem o Senado presidente algum consegue governar. Dilma sentiu isso na pele, afastada que foi pelos ilustres. Temer sabe muito bem nisso e não mede e$forço$ para dialogar e manter relaçõe$ políticas saudáveis com deputados e senadores.
 
A pergunta, portanto, é: Sabemos ou temos ideia em quem votaremos para presidente. Mas, sabemos em quem votar para o Senado e a Câmara Federal?
 
Após a pergunta, retórica, na verdade, vamos à dialética: Existe lógica no cidadão/eleitor que critica os políticos, fala mal de presidenciável x ou y e se isenta em relação aos parlamentares e em 2018 acaba votando em senador ou deputado ficha suja e envolvido com corrupção?
 
Pois foi isso que aconteceu em 2014. Não obstante os equívocos de Dilma e as contradições de Aécio, o debate se concentrou na cadeira presidencial e "esqueceu" o Congresso. Tanto que elegemos esses parlamentares que hoje se vendem para Temer por trinta dinheiro e volta e meia protagonizam sessões de horrores em plenário.
 
Repetindo: Sem Congresso, presidente não governa. Então não adianta os fãs de Lula declararem amor ao petista e deixarem em segundíssimo plano uma representação parlamentar forte, pois então ou Lula não conseguirá governar ou terá de comprar parlamentares como faz o ilegítimo.
 
O mesmo raciocínio (ops) serve para os bolsominions, que parecem não perceber que se elegerem seu herói preconceituoso presidente verão que sem os deputados e senadores que os mesmos bolsominions tem nojo, o homem nãao conseguirá aprovar absolutamente nada.
 
Idem com Ciro e sua metralhadora verbal, com Marina e sua maneira vaga de ver o mundo. Não adianta posar de vestal do templo e uma vez eleito ter que lidar com um Eduardo Cunha na cadeira de presidente da Câmara.
 
2018 é o momento de se fazer um Congresso diferente deste que está aí. Seja quem for eleito presidente. 

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