João Maria Medeiros

21/10/2017 00h20

A expectativa do País em relação às eleições de 2018 ainda é uma tremenda incógnita. O momento também é de muita indefinição nos cenários político e eleitoral. A sociedade vive uma espécie de estado de letargia quando o assunto é o que virá para a disputa a presidente da República, governadores de estado, senadores e deputados.

É bem verdade que todo esse movimento de incertezas vem sendo causado pela perplexidade que o Brasil, de ponta a ponta, descobriu ao ser descortinada a face mais negra do submundo da política nacional. De repente, fomos abalados por informações, as mais variadas e de interesses possíveis, sobre a danosa e destruidora avalanche de reputações, prática da corrupção que vem alcançando boa parte dos nossos representantes políticos.

As operações desencadeadas pelo Ministério Público e pela Polícia Federal trouxeram para a sala de visita dos brasileiros os descaminhos e as relações espúrias entre políticos, empresas, servidores públicos em torno de uma prática antiga e extremamente rentável: a negociata de favores e interesses individuais em troca de propinas. O dinheiro roubado da própria população abastecendo os cofres dos partidos e garantindo a santa verbinha das negociações políticas além, é claro, de enriquecer de uma hora para outra, centenas de pessoas de norte a sul do País. O reino da ostentação no mundo político foi descortinado por uma tal  lava jato.

Não pretendo me ater nesse curto espaço nas questões de mérito dessa sanha avassaladora contra a corrupção no País. Mas é importante destacar que a partir da operação lava jato e dos seus desdobramentos, o brasileiro parece ter acordado de um sono profundo assim meio que de supetão. Por outro lado, a classe política se viu, de uma hora para outra desmascarada, de repente, não mais que de repente, 

Tudo isso tem gerado cenários desconexos para as próximas eleições. As conversas de bastidores nos corredores da política, os papos nas mesas de bar, os posts e prints pelas redes sociais e até as conversas de comadres e compadres quando o tema é 2018 tem levado, indiscriminadamente a um só ponto: ninguém consegue decifrar o que realmente vem por ai.

Até mesmo as pesquisas de opinião que fazem a alegria de editores, blogueiros e aventureiros que se metem a analisar o momento político, mostram uma realidade bem confusa, porém clara: o brasileiro não sabe para onde vai nem com quem vai. A única certeza é de que a indignação, a insatisfação, a inconsistência e a indefinição geral tem provocado uma onda de intolerância inimaginável entre o povo brasileiro. Mas isso é assunto para outro artigo.


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