Evandro Borges

19/10/2017 10h11
Frequento a Peixada do Velho Chora, assim como se denomina agora, uma das mais tradicionais peixadas de Natal, a renomada Peixada do Chorão, que recentemente, também foi Pescada do Chorão, de propriedade do falecido José Macário, vendida a um paulista, localizada na Avenida Silvio Pedroza, em Areia Preta, pertinho da esplendorosa Ladeira do Sol, que desfrada o mar Atlântico azulado.
 
Estive em uma situação inusitada, diante de uma rigorosa dieta para fazer frente as minhas taxas alteradas em face de anos de relaxamento com a saúde, após uma sangria para combater a ferrentina, com uma dúvida tenaz, se iria resistir ao delicioso pirão da peixada, após tomar um caldo de peixe inigualável de sabor tão específico, e fiquei estupefato, quando fui avisado que está sendo servido pratos individuais montados em conformidade com o freguês.
 
A peixada do Velho Chora tem mais Natalenses do que turistas, com rodas de amigos por todas as mesas, mesmo vislumbrado o mar de Areia Preta e da movimentada Silvio Pedroza, com os veículos que avançam a busca da Via Costeira, e o atendimento de “choraozinho”, neto de José Macário, um tipo faz tudo, com um sorriso e amabilidade acolhedora, Sidney, ou Sidão interrogou logo o que se passava comigo, com um pedido de saladas, que são bem preparadas e peixe puxado no azeite extra virgem, mereceu um olhar de soslaio de Tio Cesar, o outro gracioso e experiente garçom.
 
O cardápio da Peixada do Velho Chora é para quem gosta de peixe e camarões a moda nordestina, com quantidades bem servidas, com moquecas também, colocadas em travessas de cerâmica vermelha, em fogo forte, com alternativas de pimentas e sumo de limão, a mão de todos, postos nas mesas, cada um temperando ao seu gosto, são iguarias, para momentos de muita paz e deliciosa degustação, que precisam ser saboreadas devagarinho.
 
O meu teste da dieta foi forte, em um dado momento, levantei a vista, e chorãozinho estava servindo uma cerveja véu de noiva, naquela temperatura quente das treze horas refrescada com a brisa marinha, uma beleza, e em outro momento era a vez das cachaças, que casam com os caldos de peixe, de ostra e de camarão, com as peixadas, com as risadas dos amigos, uma verdadeira festa das mais prazerosas. 
 
Natal é assim, com excelentes restaurantes de comidas potiguares, universal para os turistas, mas, têm seus rincões, seus lugares característicos, com sabores inigualáveis, sua tradição, de boa mesa e franca, a Peixada do Velho Chora, que funciona desde 1960, chegando perto de setenta anos, frequentada por diversas gerações, é um desses locais, de Natalenses e turistas fazendo esta babel e de congraçamento.
 

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