Wellington Duarte

15/10/2017 13h10
Apesar de não ter feito o Curso de Pedagogia, me tornei professor da UFRN há 22 anos atrás. Comparado com os colegas professores que ensinam nos magistérios municipais e estaduais, nossa renda é até certo ponto confortável e nossa jornada de trabalho nem de longe chega perto desses colegas, que vivem nas mais duras condições de trabalho que se tem existência.
Não me referi aos colegas que trabalham na iniciativa privada pois lá o regime de trabalho e o próprio interesse dos donos dessas empresas, esmaga as potencialidades do professor, só explorando aquelas que convierem ao mercado.
 
No espaço em que TRABALHO, podemos ter TEMPO para reflexão, embora muitos abdiquem desse tempo, e, por conseguinte DEVERÍAMOS olhar com atenção aquelas categorias que FORMAM o "material humano" que recebemos. Optamos, em boa parte,a RECLAMAR do baixo grau de qualidade do ensino e CULPAMOS o aluno por isso, estabelecendo-se um ritual de punição que se repete a cada semestre.
 
Nós, professores universitários, DEVERIAMOS reverenciar com muito carinho o TRABALHO dos colegas dos níveis iniciais do processo de formação, eles mesmos atingidos frontalmente pela imposição ideológica de uma casta dominante, burra e cruel, que os obriga a quase não ter tempo para se capacitar melhor e quando tem, são aquelas capacitações forjadas como produto, desrespeitando a capacidade e a vontade individual de cada professor.
 
Nós, professores universitários, deveríamos olhar esses professores como batalhadores de uma guerra desigual em que os atuais ocupantes do poder, os olham como CUSTO descartável e pretendem transformá-los em REPRODUTORES DE MATERIAL HUMANO PARA A FÁBRICA DE EXPLORAÇÃO CHAMADA CAPITAL, criando um ensino médio que retira a cidadão e coloca o CONSUMIDO como peça chave, o que equivale a dizer que o professor passa a ser um TREINADOR.
 
Nós, professores universitários, e me refiro àqueles que compreenderam o que se passou nesse país no ano passado, por que um segmento importante comemorou efusivamente a queda da democracia,com o discurso da corrupção, hoje cabalmente demonstrado que foram ENGANADOS ou que quiseram se enganar ou que quiseram mesmo isso, deveríamos entrar nas trincheiras de lutas pela VOLTA DA DEMOCRACIA, junto com os colegas já citados; pela retomada do FÓRUM NACIONAL DE EDUCAÇÃO (FNE); e pelo fim do massacre que a educação pública está sofrendo nesse momento.
 
O Dia do Professor deve ser LEMBRADO na Terra Brazilis, como um dia de REFLEXÃO e de CONSCIENTIZAÇÃO desse colegas, de que é preciso PARTICIPAR da Resistência, ou eles serão tragados pelos beócios da Escola Sem Partido, uma criação fascista que pretendem EMBURRECER toda uma geração de jovens, doutrinando-os DENTRO das escolas públicas.
 
Um dia, quando a DEMOCRACIA for retomada, COMEMORAREI novamente o Dia do Professor.

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