Wellington Duarte

11/09/2017 10h53
Sou professor da URFN, do Departamento de Economia desde 1995, portanto lá se vão 22 anos. Já ministrei várias disciplinas do nosso Curso de Ciências Econômicas e de várias áreas do conhecimento, à exceção da área de Métodos Quantitativos.
 
O que venho percebendo, ao longo dessas duas décadas, que o que mais afeta nossa sociedade é o DESCONHECIMENTO da nossa própria história. Os alunos, em sua ESMAGADORA MAIORIA, não receberam informações adequadas sobre nosso processo de formação e isto leva a desconhecer, por exemplo, GETÚLIO VARGAS, ou DESCONHECER a estrutura das organizações que permeiam a sociedade.
 
Sem memória, o que podemos ter no futuro. Se a informação que nos chega é FILTRADA e DEFORMADA pelo oligopólio de comunicações e por setores que querem manter a sociedade na bolha da desinformação. Obviamente que nós, professores universitários, temos nossa parcela de culpa, pois somos, em muitos casos, pedantes e vivemos da "soberba do conhecimento", preocupados mais em destroçar o cérebro dos alunos do que incutir-lhe conhecimento. Somos tão defeituosos que achamos que não somos defeituosos.
 
Nesse ambiente onde o CAMPO CONSERVADOR é muito forte, nasceu o movimento de julho de 2013 que fez emergir das cavernas da ignorância os que defendem a "Escola sem Partido" e tentam passar a ideia de que na UFRN há "campos de doutrinação da Esquerda", o que é uma mentira descarada, bastando um incauto andar pelos departamentos e centros para perceber o tamanho da mentira.
Se há, é verdade, professores de ESQUERDA que usam a sala para seus discursos, o que CONDENÁVEL; os professores de DIREITA são escandalosamente DOUTRINADORES e não precisa grande pesquisa para COMPROVAR isso.
 
A tal "Escola sem Partido" é um Partido que doutrina dentro das salas de aulas e seus defensores, todos DOUTRINADORES, fazem isso de forma desavergonhada. A "Escola sem Partido" existe há décadas dentro da UFRN.
 
Portanto, ENSINAR e DOUTRINAR são antagônicas entre sí e nas nossas salas de aulas e corredores esse antagonismo se mostra cotidianamente.
 
Resta combater a "Escola sem Partido" e EXIGIR que o processo de conhecimento seja feito de forma PLURAL, cabendo ao aluno, depois do repasse das informações e do conhecimento, ESCOLHER SEU CAMINHO.

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