Evandro Borges

29/08/2017 09h18
O golpe trasvestido de legalidade sacramentado pelo parlamento, cada vez mais estampa o seu alinhamento com os interesses internacionais, diante da fragilidade nacional, com a entrega do pré-sal, uma reserva petrolífera a fazer inveja aos países Árabes, a antiga União Soviética por muitos anos a maior produtora e exportadora de Petróleo do mundo, com leilões, sem observar qualquer projeto nacional de desenvolvimento e soberania.
 
A Petrobras é ainda a empresa mais respeitada em captação do petróleo em águas profundas, considerada a maior da América Latina, já tinha desenvolvido técnicas para a exploração do pré-sal, uma tecnologia nacional, mas nada disto foi  respeitado, tudo em face da desmoralização contínua colocada nacional e internacionalmente de forma cotidiana na mídia, martelando a opinião pública, com raras exceções, fazendo a defesa da empresa nacional de economia mista.
 
O projeto anterior discutido com bastante debate no Congresso, de participação nos resultados dos royalties do pré-sal para educação foram completamente frustrados, pela incapacidade dos investimentos, e pela abruta queda do barril do petróleo chegando abaixo dos trinta dólares, e pela intervenção da Justiça em processo judicial motivado pelo Rio de Janeiro, que o atual governo foi completamente incapaz de resolver.
 
A entrega de parte da Amazônia, de forma vergonhosa, com empresas internacionais já sabendo antecipadamente o plano governamental brasileiro, não observando reservas florestais e de indígenas, parecendo com o famigerado “Projeto Jari” da ditadura passada, foi denunciado pela Rede Globo nos seus noticiários de grande audiência, talvez, contrariando os seus interesses ou de seus protegidos, uma vez que, não merece mais credibilidade de parcela significativa da opinião pública.
 
Por sua vez o arrocho dado nos investimentos com a área de seguridade social, congelando os investimentos, em educação, saúde, e assistência social, para assegurar o pagamento da dívida com os banqueiros, que impõe todo tipo de sacrifício a população para manter seus lucros exacerbados,  revela que tipo de governo se tem, houve mesmo, uma mudança de concepção governamental, acrescida de uma crise internacional associada com as fragilidades de ordem nacional, e um governo que contempla os interesses internacionais, mais sem legitimidade e uma maioria do congresso denunciada de corrupção forma um caldo de cultura de instabilidades em todas as áreas.
 
A tendência da continuidade desta política, do aumento das diferenças e de uma elite política e institucional perdulária, sem conseguir atender o básico e fundamental a população, é de aumentar a violência de todas as naturezas, tornando a convivência humana e em sociedade insuportável, fragilizando o Estado Democrático de Direito, aumentando as tensões, diminuindo a tolerância e a capacidade diálogo. 
 

 


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