Wellington Duarte

17/08/2017 00h13

A incompetência do trambolho que apossou-se do poder para “fazer a locomotiva do país andar”, chegou a mais um clímax, dessa vez com a proposta vinda das mesas dos técnicos da Fazenda e do Planejamento, completamente subordinados à lógica monetarista em que a saída de uma crise é “dando sinais ao mercado”, no caso o financeiro, para que num futuro, sabe-se lá quando, o país volte a crescer em” bases sustentáveis”, uma aberração caricatural do neoliberalismo tosco desse governo golpista.

Desde que tomaram o poder, em maio de 2016, os golpistas só tomaram medidas para “encolher o Estado”; restringir o consumo; proteger o sistema financeiro; destruir sem meias palavras as políticas sociais; algemar os estados em municípios em “grilhões fiscais”, acabando com o federalismo; e abrindo as portas ao Capital estrangeiro permitindo que ele se aposse, sem muita resistência, da nossa “economia estratégica”, acabando com o conceito de Estado-Nação.

Nada do que foi feito até agora melhorou a economia do país e nem as toscas e bizarras tentativas de O Globo e suas parceiras oligopólicas tem dito sobre “sinais de recuperação”, não passa de uma deslavada mentira para que as tais “reformas” seja aceitas pela massa da população, ou seja, colocam o populacho dócil para fazer o grande abate. Os números positivos, a maioria deles sazonal, não tem podido esconder a miséria social que se abateu nesse país no último ano e inculpar a “irresponsabilidade fiscal” de Dilma, chega a ser uma piada de mau gosto.

E o que há de novo nesse “pacotaço”? A elevação da contribuição previdenciária dos servidores públicos do Regime Próprio; suspender os reajustes concedidos aos servidores públicos; impor um teto remuneratório dos servidores públicos de todos os entes federados, como se isso já não existisse, que gerará uma economia pífia de R$ 725 milhões; cancelar os reajustes previstos, economizando pouco mais de R$ 175 milhões.

O déficit público, algo normal em países capitalistas mais avançados, mas que aqui virou paranoia, alimentada por gente que serve ao mercado financeiro, não descontrolou-se por causa dos gastos, mas devido à falta de receitas e isso se deu basicamente porque os investimentos públicos e privados despencaram. A opção dos golpistas em “ajustar” o trem que ele afirmava colocar no trilho, parece desastrosa na realidade joga esse trem da fantasia numa realidade conturbada.

Entre abril e junho desse ano, o lucro líquido de 260 companhias abertas caiu quase 70%, na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com o talvez “bolivariano” Valor Data; as vendas no comércio mantiveram-se estagnadas no primeiro semestre; os desembolsos do BNDES caíram 21% só em julho e até os economistas mais toscos começam a perceber que a quase deflação é o sinal da situação de penúria em que nos meteram.

De acordo com IPEA, só em 2015 4,1 milhões de brasileiros foi empurrado para a pobreza, com os “ajustes” de Joaquim Levy e o boicote da Câmara, que não aprovou nenhuma medida econômica da presidenta Dilma, cuja política era conter o déficit nominal, preservando os ganhos sociais. Agora parece que, diante da mais completa incompetência da equipe econômica, o déficit nominal cresce e as políticas sociais já foram postas de lado, sendo preservados todos os alicerces dos ganhos do setor financeiro.

O “pacotaço” vem demonstrar que a “ponte” do PMDB vem nos empurrando no abismo do desolamento social e a narrativa dos golpistas fracassou rotundamente e a “fadinha das expectativas” caiu fora e a “guilhotina fiscal” lança milhões ao desalento, enquanto a “governança temerista” dá benesses a setores já bastante privilegiados, como os ruralistas e reduz o salário mínimo de 2018.

Tanta incompetência e vilania está envolta numa luta escancarada pelo poder entre os atores do Golpe e com os deputados em busca de garantias de manterão tudo como está mudando a legislação eleitoral, numa escancarada manobra para se eternizarem como comerciantes do voto.

Lá vem o Brasil descendo a ladeira....


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