Evandro Borges

20/03/2017 00h10

O hábito pelo churrasco no Brasil nestes últimos vinte e cinco anos tomou literalmente as ruas, no final do expediente, em locais mais diversos e inusitados se instalam churrasquinhos agregadas a cachaça, além de ótimas churrascarias com pedaços nobres, para todos os gostos, bares não faltam com o oferecimento da especiaria nacional, até conveniências oferecem os sabores da carne, bastante consumidas.

A carne é vendida em feira livre, sempre contestada a sua qualidade e higiene, os frigoríficos pululam por todos os bairros, em shoppings tem lojas especializadas, em grosso e no varejo são vendidas, fornecedores especiais com carnes de origem, guisados tem em toda parte, no Nordeste a carne de sol é uma iguaria, com macaxeira e com cuscuz, inclusive em mercados reformados pelo Poder Público.

Em supermercados a gondolas diferenciadas, com embalagens com a marca da indústria alimentícia e supostamente, assegurando a qualidade da carne para o consumo da família brasileira, carne moída com selos de qualidade, algumas consideradas até light, para animação de todos, inclusive daqueles obrigados ao regime alimentar, sendo um consumo expressivo, rendendo milhões, com um marketing participando artistas globais, afiançando a qualidade da carne.

A carne é produzida de forma extensiva, entretanto, intensivamente, destacando os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e Goiás, e com exportação para os mais diversos mercados e países, garantindo o agronegócio um quinhão considerável, contribuindo para equilibrar a balança comercial, a empregabilidade na indústria alimentícia.

Na sexta-feira passada, os consumidores e cidadãos ficaram estupefatos com a notícia da maior operação da Polícia Federal, mobilizando mais de mil agentes na investigação do setor da indústria alimentícia de carnes, com repercussões internacionais na União Europeia e nos Estados Unidos, dos malfeitos, com carnes adulteradas e estragadas, com validades vencidas, com agregação de remédios e de natureza cancerígena, colocando em risco a saúde pública e a vida das pessoas humanas, com fim da obtenção de lucros extraordinários, contando com a corrupção dos técnicos do Ministério da Agricultura.

Logo a indústria alimentícia da carne se defendeu nos meios eletrônicos da mídia das redes sociais, acusando que estavam sob ataque, uma espécie de guerra fria e de concorrência, apelando para o nacionalismo, dando exemplos com outros produtos, citando o café, e dizendo que o Brasil é mero produtor de grãos, que está sendo engendrado por interesses estranhos e não nacionais as acusações.

A carne bovina tornou-se um produto do gosto nacional, da nossa culinária, das nossas festas, inclusive familiares, dos finais de semana, e até pode ser admitida a tese da guerra fria com a economia nacional, mas, a indústria alimentícia de carnes deve uma resposta à opinião pública convincente, pois a postura empresarial do setor foi marginal e criminosa, merecendo uma baita indenização a sociedade brasileira. 


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