Evandro Borges

06/03/2017 09h57
O Carnaval de Natal pode ter sido considerado excelente, revivido o entusiasmo do passado, com uma participação popular cada vez maior nos polos da folia, com a presença de artistas de renome nacional e intercalado com artistas locais, resgatando as Rocas com o samba, berço de tantas escolas de samba, os setores  do segmento médio presentes no Largo do Atheneu, afinal, a constatação de um grande afluxo de turistas presentes na Taba de Poti, com a porta de entrada em Natal.
 
A cadeia produtiva do turismo foi contemplada, hotéis com ocupação neste período e principalmente em face da crise, em patamares consideráveis, os taxistas, serviços, comércio formal e informal, artesãos, todos ganharam, a mídia já justificou o investimento de quatro milhões de reais executados pelo Executivo Municipal, com o dinheiro que circulou estimado na ordem de quarenta milhões de reais, dez vezes mais.
 
A autoestima e o lazer proporcionado a população  foi visto como incalculável, alguns já dizem que o carnaval multicultural, plural e aberto vai rivalizar com Olinda/Recife e Salvador, fechados nos seus círculos e encantos culturais, com direito a participação das autoridades nos polos, palanques e em locais privilegiados, algo necessário para uma cidade turística que tem como atração o lazer, quiçá, Natal vai desbancar Campina Grande e Caruaru nas festas juninas.
 
Os Romanos diziam que para o povo era bastante circo e pão, nos dias de hoje uma compensação e estaria tudo bem, o circo foi dado pelo Prefeito e Washington Luís, o último Presidente da primeira República ou República Velha, chegou a eleger o seu sucessor Júlio Prestes, afirmou que para os trabalhadores e Sindicatos era na madeira, e não concedeu anistia aos participantes do movimento tenentista, obtendo como resultado o exílio na França.
 
O Carnaval está perfeito, todavia, errado e na madeira está o tratamento do Prefeito destinado aos servidores públicos municipais, de um comportamento autoritário e fora da lei, não cumpre a data base, não negocia com os sindicatos, quando faz uma composição e acordo não cumpre, como é o exemplo do desconto dos dias parados, quando, sequer, houve qualquer julgamento de abusividade para o paradeiro.
 
A greve é constitucional e legal, prevista na Constituição e na Lei ordinária, e ainda, o Supremo Tribunal Federal, considerou que enquanto a greve no setor público não for regulamentada se aplica a Lei atual para o setor privado, portanto, o alcaide municipal de Natal está violando o ordenamento jurídico, atentando contra o princípio da legalidade, pilar do Estado Democrático de Direito.
 
O parcelamento da remuneração, principalmente no final do ano, e atrasar os vencimentos dos servidores públicos é uma crueldade, significa que não existe o menor planejamento, e a escolha de prioridade, não contempla os servidores e suas instituições representativas, deve está fazendo Brizola, Jango e Getúlio saudosos trabalhistas revirarem nos seus jazigos, pois o projeto foi circo e madeira nos servidores. 

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